
O Diretor Nacional da ENDA Guiné-Bissau, Mamadu Aliu Djaló, revelou esta quarta-feira, 18 de outubro de 2023, que a Guiné-Bissau é um dos países com a mais alta taxa de prevalência de VIH-SIDA a nível da Sub-região africana da África Ocidental e Central e que apresenta a epidemia considerada mista, generalizada e concentrada.
Mamadu Aliu Djaló falava na cerimónia de abertura da sessão de consultas e diálogo a nível nacional sobre o papel e as realizações das organizações lideradas pelas comunidades, organizações comunitárias de base e da estratégia nacional sobre o VIH Pediátrico, no quadro do Projeto denominado “Lux”, financiado pela ONUSIDA, através do Instituto da Sociedade Civil para o VIH e a Saúde na Africa Ocidental e Central, realizada num dos hotéis de capital Bissau.
O Diretor Nacional disse que os dados de 2022 indicam que o país contava com 35 mil pessoas viventes com VIH e que neste número mais de 2 mil são crianças menores de 15 anos de idade.
O responsável da ONG ENDA Guiné-Bissau informou que o facto de o país ter mais de dois mil crianças com essa situação, já é um número preocupante e elevado, tomando em consideração as estatísticas de pessoas viventes com o VIH na Guiné-Bissau.
Outro desafio bem enorme, segundo Aliu Djaló, é a colocação daquelas crianças em tratamento, adiantando que a sua organização está a dar cobertura de tratamento cerca de 50 por cento das crianças com aquela doença, o que demonstra que há um problema e um desafio enorme que deve ser encarado pelas autoridades nacionais.
Por seu lado, o Ponto Focal da ONU SIDA na Guiné-Bissau, Faustino Gomes Correia, disse que se estima que em 2023 o número das pessoas viventes com o VIH no país são 34.309 pessoas, mas se compararmos esses dados com o ano 2019 em que eram 35. 290 pessoas, é possível chegar à conclusão que houve uma diminuição das pessoas viventes com VIH.
“Isso significa que essas pessoas morreram para que hoje o país disponha desse número. Em 2022, morrerem 1.183 pessoas por VIH, numa altura em que o desafio global aponta em 2023, 95 por cento das pessoas viventes com VIH devem conhecer os seus estatutos, mas na Guiné-Bissau só 78 por cento sabem dos seus estatutos” explicou.
A Presidente da Rede Nacional de Defesa das Pessoas Viventes e não Viventes com VIH- SIDA, (RENAP-GB), Maria de Fátima Lopes Machado, considera triste ouvir o número de crianças infetadas por falta de conhecimento sobre a contaminação da parte das mães, de maneira que o encontro de diálogo organizado pela ONG ENDA irá contribuir bastante na procura de soluções e responsabilizar cada um sobre a situação de VIH na Guiné-Bissau, sendo que a organização que dirige está preocupada com as pessoas viventes com aquele vírus particularmente as crianças.
A ENDA é responsável, na Guiné-Bissau, pela implementação do Projeto denominado “Lux”, financiado pela ONUSIDA, através do Instituto da Sociedade Civil para o VIH e a Saúde na Africa Ocidental e Central.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A