O Bastonário da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau, Januário Pedro Correia, afirmou esta quarta-feira, 01 de novembro de 2023, que seria hipocrisia dizer que a justiça guineense está a funcionar bem, porque “tudo está mal, razão pela qual a Ordem está a “trabalhar arduamente” com todas as instituições judiciais para ultrapassar os problemas que afetam o setor judicial do país.
Admitiu que a justiça guineense é a mais cara do mundo, “isso não é correto para um país pobre como a Guiné-Bissau”, defendendo que é preciso continuar a trabalhar para reduzir o valor pago nos tribunais pelos cidadãos, como também a falta de acesso aos tribunais, sobretudo no interior do país.
Januário Pedro Correia falava em conferência para anunciar a realização da 3ª conferência da Ordem dos Advogados, a decorrer de 03 a 05 de novembro em Canchungo sob o lema “Acesso ao Direito e à Justiça no Norte”.
“Escolheram este tema, porque a justiça é a base de tudo,sobre a realidade que se vive no interior do país, sobretudo a insuficiência de materiais e magistrados. Chegamos à conclusão que devemos realizar atividades no terreno e acompanhar a realidade que se vive nas três províncias”, insistiu.
O Bastonário da Ordem dos Advogados informou que a organização que dirige elencou alguns pontos que requerem a reclamação para as respostas urgentes da justiça, implicando um conjunto das instituições públicas, nomeadamente o Conselho de magistratura judicial do ministério público e outras entidades no sentido de resolverem a situação que afeta a justiça.
Januário Pedro Correia disse que a situação que se vive no Supremo Tribunal de Justiça não beneficia a justiça guineense, mas sim afunda-a.
“É urgente resolver o conflito instalado no Supremo, antes que seja tarde. A Ordem dos Advogados está disponível para mediar o conflito que se vive na mais alta instituição judiciária guineense”, disse.
Por: Aguinaldo Ampa