
O Governo da Guiné-Bissau recebeu esta sexta-feira, 03 de novembro de 2023, duas embarcações adquiridas pela FAO, no âmbito do Projeto de Urgência para a Segurança Alimentar, que está a ser executado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), em colaboração com o ministério de Agricultura e Desenvolvimento Rural.
O Projeto de Urgência para a Segurança Alimentar financiado pelo banco mundial em 15 milhões de dólares norte-americanos é uma iniciativa do Governo da Guiné-Bissau, que está a ser implementado pela FAO. O projeto iniciou em 2020, em plena pandemia do coronavírus e termina em fevereiro de 2024.
As duas embarcações custaram no total 180 milhões de francos cfa e cada um tem a capacidade de duas toneladas e meia. As embarcações servirão para transportar insumos alimentares entre ilhas, ou seja, sementes e também transportar os produtos cultivados localmente para a cidade de Bubaque, de onde sairão para a capital Bissau.
A cerimónia da entrega decorreu no cais de Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB) e contou com a presença do ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Domingos Quadé, do ministro de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Mamadu Saliu Lamba, da representante do Banco Mundial, Maria Lopes e do representante da FAO, Mohamed Hama Garba.
Satisfeito com o apoio, o ministro da Presidência do Conselho de Ministros sublinhou que a entrega das duas embarcações representa um marco importante nas relações entre o governo e os seus parceiros do desenvolvimento, apelando ao bom uso das mesmas.
Domingos Quadé espera que o donativo possa contribuir na redução do sofrimento da população que vive nas zonas insulares. Pediu não só que a ajuda não seja politizada, mas também que os parceiros do executivo continuem a apoiar o governo na implementação de projetos em prol do desenvolvimento do país.
Em representação da representante do Banco Mundial, Maria Lopes acredita que as embarcações possam prestar apoio aos agricultores das ilhas dos Bijagós, contribuindo para a redução da insegurança alimentar naquela zona insular.
“O projeto começou em Setembro de 2020 em plena pandemia de COVID-19, por isso, esperamos que os barcos ajudem na diminuição dos impactos, apoiem no aumento da recolha de colheitas alimentares, que contribuam no acesso ao alimento para o consumo das famílias e na redução da insegurança alimentar” disse, anunciando que o mesmo projeto vai terminar em Março de 2024 e espera que até lá o país possa reduzir a insegurança alimentar.
Para Maria Lopes, os barcos vão melhorar a mobilidade entre as ilhas, permitindo que os técnicos realizem os seus trabalhos com eficiência, prestando apoio aos pequenos agricultores.
“Encorajo o ministério da agricultura a adotar um plano de formação e de segurança dos condutores de barcos para que estas embarcações possam ser utilizadas de forma eficiente e segura. Uma boa gestão e a manutenção serão úteis para a duração dos barcosʺ, disse.
O ministro da Agricultura, Floresta e Desenvolvimento Rural, Mamadu Saliu Lamba, reconheceu na sua intervenção, que a população da região de Bolama Bijagós vive um isolamento e que, por isso, os técnicos da agricultura não conseguem deslocar-se para aquela zona para dar assistência técnica aos agricultores.
ʺÉ uma dor de cabeça. Existe transporte para Bolama, mas não há para outras ilhas que estão no isolamento. Há falta de meio de transporte marítimo, sobretudo na época da chuva quando o mar torna-se mais agitado e fica mais difícil viajar para estas ilhas” disse, explicando que o pedido feito ao Banco Mundial visa reduzir as dificuldades de transporte com que se deparam os populares das zonas insulares.
“Estas duas embarcações vão permitir que os nossos técnicos prestem assistência técnica permanente aos agricultores para atingirmos o objetivo traçado em termos da segurança alimentar” disse Saliu Lamba.
Por seu turno, o representante de FAO, Mohamed HamaGarba, defendeu a necessidade de os populares das zonas insulares serem apoiados para que possam contribuir no desenvolvimento local e no do país.
“Entendemos que é preciso encontrar uma solução para ajudar a população das zonas insulares, porque o desenvolvimento de qualquer país não deve ser feito com um determinado grupo de pessoas. Deve-se juntar todas as pessoas entre homens e mulheres. Vamos continuar a apoiar o desenvolvimento do país” garantiu.
Porː Noemi Nhanguan