LÍDER DO PARTIDO LUZ DENUNCIA QUE O GOVERNO CONTRAIU UMA DÍVIDA DE CERCA DE TRINTA BILIÕES DE F.CFA

O líder do Partido Luz da Guiné-Bissau, Lesmes Mutna Freire Monteiro, denunciou que o governo da Coligação Plataforma Inclusiva – PAI Terra Ranka contraiu, em três meses de governação, um empréstimo de cerca de 30 biliões de francos CFA, nos bancos comerciais.  

Segundo Lesmes Monteiro, recentemente o Governo de Geraldo João Martins emitiu um título no tesouro público na ordem de dez biliões de francos CFA, tendo criticado também a iniciativa de o executivo subvencionar o setor privado com dois biliões, sem concurso público.

O líder do Partido Luz fez essas denúncias, na quarta-feira, 08 de novembro de 2023, quando fazia ponto da situação económica do país, tendo denunciado a falta de segurança na Guiné-Bissau.

“Nos últimos tempos têm vindo a aumentar os assassinatos e espancamentos, nomeadamente a violência usada pelas forças de defesa no setor de São Domingos, os espancamentos contra jovens no bairro de Plack que culminou na morte de uma pessoa. Em algumas regiões, os idosos estão a ser acusados de feitiçaria, o que levou à morte de alguns e o agravamento de disputas de posse de terra na secção de Suzana e noutras localidades do país”, detalhou.

Monteiro disse que houve uma irresponsabilidade do governo na questão da energia, porque “a empresa KARPOWER tinha avisado sobre o corte da energia, mas houve negligência que causou muitos prejuízos aos consumidores guineenses”, criticou, adiantando que o governo não fez nenhum balanço sobre os prejuízos causados pelo corte da energia em Bissau.  

Criticou a partidarização da função pública, apontando sucessivas nomeações “partidárias abusivas” como uma das provas dos cem dias de má governação da Coligação PAI Terra Ranka, porque “com essa atitude é impossível o executivo conseguir avanços significativos”.

“O governo não pode tomar medidas populistas e ao mesmo tempo emprestando o dinheiro para pagar as despesas correntes em mais de 30 bilhões, apenas em três meses de governação. A situação económica do país não está boa, mas o governo subvencionou o setor privado com um valor de dois bilhões de Franco CFA, sem um concurso público. Há falta de segurança e de estabilidade política no país”, sublinhou.

Desafiou o chefe do governo a apresentar os despachos dos seus conselheiros, para de seguida indicar que algumas nomeações para os cargos de conselheiros estão escondidas nas gavetas, tendo pedido ao Ministério Público a abrir uma investigação sobre o caso.

O líder do Partido Luz alertou para a necessidade de serem tomadas medidas corretivas para travar a ideia de alimentar o espírito de radicalismo e a promoção de violência gratuita.

“Está a ser alimentado o espírito de radicalismo, promoção de violência gratuita, xenofobia, instigação ao ódio, a golpes de Estado pelos políticos. Também quero lembrar ao governo sobre as promessas eleitorais face ao Orçamento Geral de Estado”, insistiu.

Sugeriu a ideia de permitir a participação da população e dos partidos políticos na discussão do OGE para que possam dar a sua opinião.

“Os compromissos eleitorais de reintegração dos professores e médicos contratados excluídos, aumento salarial na função pública, kits de materiais de escola para estudantes, os subsídios para as meninas de dezoito anos de idade e as mulheres grávidas para diminuir a mortalidade materna e infantil na Guiné-Bissau devem ser concretizados”, exigiu.

Por: Noemi Nhanguan

Author: O DEMOCRATA

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