CENTRO “O PEDAGOGO” FORMA MAIS DE DUZENTOS PROFESSORES COLOCADOS À DISPOSIÇÃO DO GOVERNO 

O Centro de Formação de Professores “O Pedagogo” de Gabú formou no total, desde a sua abertura em 2013, 250 professores alocados à disposição do governo. A maioria já conseguiu a colocação no ministério da Educação, e uma boa parte está a lecionar nas escolas públicas e privadas da região.

O centro é a única escola privada de formação de professores na   Guiné-Bissau, com o curso de bacharelato que funciona em Bissau, e abriu os polos em Bafatá e Gabú, no leste da Guiné-Bissau. O polo de Gabú conta com 12 turmas e mais de 100 estudantes, mas com a saída deste 6º grupo de finalistas este ano, o número de turmas ficou reduzido.

A iniciativa de abertura do polo da cidade de Gabú deveu-se à falta de um centro de formação com curso superior, facto que impulsionou algumas pessoas na região a solicitar ao proprietário do centro que funcionava em Bafatá a abrir um polo na cidade de Gabú. Notou-se igualmente a necessidade de jovens em formar-se e a procura das escolas de formação de professores, razão pela qual a direção decidiu avançar com a abertura do polo no ano letivo 2013/2014.  

CENTRO PERSPETIVA ABRIR CURSOS DA EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA PEQUENA INFÂNCIA

O diretor do Centro Pedagogo, João Paulo Formoso da Costa, explicou ao semanário O Democrata que nos primeiros anos de funcionamento do polo de Gabú, houve muitas especulações sobre a legalidade ou não da escola e do reconhecimento dos seus diplomas pelo ministério da Educação, fato que criou dúvidas nos estudantes e alguns queriam desistir e vir estudar para Bissau.

“Abrimos o centro com duas turmas e fizemos um trabalho árduo com os professores locais, sobretudo pessoas que estão a trabalhar na região em outras áreas que solicitamos para dar aulas. Depois do primeiro ano, com as exigências impostas e qualidade dos professores, ganhamos confiança e no segundo ano subimos para seis turmas. Após três anos de exercício, saiu o primeiro grupo e os nomes foram enviados para o ministério da Educação e todos os professores formados foram colocados, a maioria nesta região”, disse o diretor do centro “O Pedagogo”, avançando que a colocação de professores do centro na região onde estão a trabalhar e a receber salários impulsionou mais jovens a inscreverem-se no centro, dando cada vez mais credibilidade à escola.

Assegurou que, com o reconhecimento do centro, a direção passou a ser mais rigorosa e exigente nos critérios estabelecidos para a inscrição de estudantes, acrescentando que os estudantes são submetidos a testes de português, de matemática e da cultura geral para testar as suas capacidades.   

João Paulo Formoso da Costa disse que o centro perspectiva abrir novos cursos para o mesmo nível de bacharelato, enfatizando que o novo curso será da educação e desenvolvimento integral da pequena infância.

“Esse curso dá duas ou mais valências. Quem se forma neste curso pode trabalhar como educadora de infância, mas também trabalhar nos centros de atendimentos para cuidar de crianças, porque há fala da educação, alimentação, higiene, entre outros”, referiu, sublinhando que podiam ambicionar avançar com os cursos para a licenciatura, mas o problema é encontrar professores que reúnam as condições para lecionar os cursos de licenciatura nas regiões.

Questionado sobre a forma como o centro conseguiu ultrapassar os desafios dos recursos humanos na região para formar professores, informou que a direção do centro conseguiu superar esses desafios porque recorreu a alguns quadros que trabalham na região, nas instituições públicas, sobretudo nas organizações não governamentais. Frisou que o centro apresenta o programa do curso às pessoas contratadas para lecionarem que muitas vezes sentem-se motivadas e acabam por aceitar fazer parte da família do Pedagogo.

Lembrou que o currículo de formação do centro já foi aprovado pelo ministério da Educação, facto que permitiu ao centro funcionar tranquilamente. Enfatizou que a aceitação do centro pelas autoridades obriga-lhe a ser mais rigoroso com os estudantes, desde o processo de admissão ao curso, de forma a permitir que os estudantes saiam bem preparados para os desafios profissionais.

“Elaboramos a lista dos estudantes que terminaram o curso e os respectivos dados. Enviamos ao ministério os certificados e diplomas para o efeito do reconhecimento. A lista dos finalistas que entregamos ao ministério não apenas para o reconhecimento dos seus diplomas, também propusemos um eventual recrutamento dos professores da nossa escola, em função das vagas existentes no país”, contou.

Assegurou, neste particular, que o centro realiza seminários para a elaboração de projetos para os estudantes no final do curso, de forma a dotá-los das demais capacidades e não só, como também para terem mais capacidade e independência no futuro.

“A rede escolar não cobre todo o país. É possível que os formados avancem com as iniciativas de abrir cooperativas em diferentes setores. Aliás, alguns professores formados têm mini projetos e decidiram abrir escolas nos seus bairros”, contou o professor João Paulo Formoso da Costa. 

Por: Assana Sambú

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