A seleção nacional de futebol (Djurtus) enfrenta, no sábado 13 de janeiro de 2024, a seleção anfitriã do torneio, a Costa de Marfim (Elefantes) na partida que assinala a abertura do Campeonato Africano das Nações (CAN) e que será disputada no Estádio Olímpico de Ebimpé, cuja capacidade é de 60 mil expectadores, um estádio moderno multiusos localizado em Ebimpé, em Abidjan, capital económica da Costa de Marfim.
Os Djurtus vão procurar este final de semana a primeira vitória no CAN e lutar para conseguir a qualificação para a fase seguinte da 34ª Edição do Campeonato Africano das Nações.
Inserido no Grupo A deste maior torneio de futebol em África, juntamente com a Costa de Marfim, a Nigéria e a Guiné-Equatorial, a seleção da Guiné-Bissau participará pela quarta vez consecutiva no maior torneio africano de futebol. Nas últimas participações, nomeadamente 2017, 2019 e 2021, a seleção nacional apenas alcançou um ponto na tabela classificativa e nas duas últimas edições não marcou nenhum golo.
O executivo, através do Ministério da Cultura, Juventude e Desportos, assegurou que transmitiu ao presidente da Federação de Futebol do país (FFGB), Carlos Mendes Teixeira “Caíto” e ao Selecionador Nacional, BaciroCandé, que o apuramento para a fase seguinte “é a palavra de ordem” na seleção nacional.
“DJURTUS TERÃO UMA PARTICIPAÇÃO COMPLEXA DEVIDO ÀS POTENCIALIDADES DOS SEUS ADVERSÁRIOS” – SABINO SANTOS
Convidado pela secção desportiva do Jornal O Democrata, o jornalista desportivo Sabino Santos afirmou que a Guiné-Bissau terá uma participação complexa em função dos adversários inseridos no seu grupo, com destaque para as seleções da Nigéria e da Costa de Marfim. Contudo, Santos lembrou que o futebol não tem lógica.
“Penso que será uma das participações mais complexas que alguma vez a Guiné-Bissau vai ter na Taça da África das Nações, em função dos seus adversários que são difíceis em relação às anteriores participações, ainda mais com outros objetivos, afirmou Sabino Santos, lembrando que olhando os adversários da Guiné-Bissau como a seleção da Costa de Marfim, o país organizador, a Nigéria que é bom no futebol no continente e a Guiné-Equatorial que foi uma das melhores participações há três anos no CAN, tendo sido eliminada nos quartos de final, poder-se-á notar que não será uma tarefa fácil”.
“Na minha opinião, os objetivos que foram traçados tanto pela equipa técnica como pelas autoridades nacionais não são objetivos concretizáveis, porque o grupo e os adversários não vão facilitar, mas acreditando na teoria que o futebol não tem lógica, podemos ter uma esperança na abordagem dos adversários, mas as pessoas resolveram propor metas que não são exequíveis que é ganhar o CAN, como se manifestou recentemente o selecionador nacional”, disse.
Segundo explicações de Santos, a participação da Guiné-Bissau na 34ª edição do CAN será muito difícil e com forte possibilidade de ser igual às anteriores, nas quais a seleção nacional não conseguiu apurar-se para a fase seguinte da prova, ficando na fase de grupos.
O também Administrador e Chefe de Redação do Jornal Última Hora lembrou que a seleção nacional tem qualidade, mas que o problema da Guiné-Bissau reside na abordagem técnica que levou os “Djurtus” a saírem derrotados do jogo amistoso frente a seleção do Mali no passado dia 06 de janeiro, em partida de preparação para o CAN.
Santos questionou ainda os critérios de convocação de alguns jogadores para fazerem parte do elenco de BaciroCandé. O jornalista desportivo questionou a ausência de jogadores como Alexandre Mendy e Baba Fernandes da lista dos eleitos para o CANˈ2023 a realizar-se na Costa de Marfim entre Janeiro e Fevereiro de 2024.
Na opinião de Sabino Santos, a Guiné-Bissau tem jogado no seu meio campo com jogadores com as mesmas características, no ataque nota-se claramente que existem jogadores com lugares cativos. Independentemente dos seus rendimentos, continuam a jogar, por isso, o selecionador nacional, Baciro Candé deve ser concreto na forma de escalar a seleção nacional.
“Na seleção e em torneios com ciclos curtos, como o CAN jogam os melhores. Já jogamos com o Mali e o selecionador nacional já tem noção dos jogadores que poderão ser uma aposta para o jogo frente à seleção da Costa de Marfim. Não tem uma clarividência por exemplo na zona direita da seleção nacional”, conclui Santos.
Dados oficiais consultados pelo O Democrata, nos últimos três jogos que a seleção da Costa de Marfim realizou antes do CAN, marcou 16 golos e sofreu apenas um. A Costa de Marfim venceu o Seicheles por 9 a 0, venceu a Gambia por 2 a 0 e ganhou a Serra Leoa por 5 a 1.
A comitiva de 25 jogadores da Guiné-Bissau chegou à Costa de Marfim no início desta semana e ficou instalada numa unidade hoteleira da capital daquele país da África Ocidental. Antes da aterragem na Costa de Marfim, a Guiné-Bissau realizou um jogo amistoso em Mali, contra a seleção local, e perdeu por 6-2, numa exibição muito fraca na segunda parte.
Segundo o gabinete da comunicação da Federação de Futebol da Guiné-Bissau, a seleção nacional é uma das primeiras seleções a desembarcar na Costa de Marfim. Os Djurtus tornaram-se na segunda seleção a chegar a capital marfinense para participar no torneio, quando aterraram no aeroporto Félix Houphouet-Boigny, em Abidjan.
O jogo de abertura será a segunda experiência da Guiné-Bissau em disputar jogos de abertura da competição, depois de ter disputado outro jogo de abertura da edição de 2017, no Gabão, com Baciro Candé no comando.
Os Djurtus defrontarão a Costa de Marfim no dia 13 de janeiro, no dia 18 de janeiro joga contra a Guiné-Equatorial e no dia 22 defronta a Nigéria.
A Guiné-Bissau foi sorteada no Grupo A, em que pontifica a anfitriã Costa do Marfim, a Nigéria, treinada pelo português José Peseiro e três vezes vencedora da competição e a Guiné-Equatorial. Os dois primeiros classificados de cada um dos seis grupos qualificam-se para os oitavos de final, bem como os quatro melhores terceiros. A fase final do CAN-2023 terá lugar de 13 de janeiro a 11 de fevereiro de 2024.
Por: Alison Cabral