A Guiné-Bissau despediu-se hoje o Campeonato Africano das Nações (CAN’2023) com três derrotas consecutivas em três partidas do grupo A da prova organizada pela Confederação Africana de Futebol (CAF), entidade que gere o futebol em África.
Após a derrota com a Costa do Marfim por 2 a 0 e com a Guiné-Equatorial por 4 a 2, a Seleção Nacional voltou a perder hoje frente a sua congénere da Nigéria por 1 a 0, numa partida que marcou o despedimento da Guiné-Bissau desta edição do maior torneio de futebol do continente.
Em quatro participações consecutivas no CAN, nomeadamente em 2017 no Gabão, em 2019 no Egito, 2021 nos Camarões e em 2023 na Costa do Marfim, os “Djurtus” nunca conseguiram somar qualquer triunfo e consequente apuramento para a fase seguinte da prova.
Os pupilos orientados por Baciro Candé mostraram durante os três jogos realizados na prova uma fraca exibição, mostrando claramente que é uma seleção inexperiente, acima de tudo com falta de ambição nesta prova.
Na partida frente a Nigéria, o selecionador nacional, Baciro Candé, fez 9 alterações como forma de dar maior impulso a sua equipa no sentido de conseguir uma vitória, tendo a Guiné-Bissau conseguido fazer uma boa exibição na primeira parte.
Apesar da boa exibição, principalmente nos 20 primeiros minutos do jogo, a seleção da Nigéria abriu o marcador, com um golo que acabou por ser o único do encontro na capital marfinense.
Aos 37 minutos da partida na sequência de cruzamento de Moses Simon pela esquerda, o defesa central da Guiné-Bissau, Opa Sangante fez um auto-golo na sua própria baliza, dando vantagem a seleção da Nigéria. Apesar de estar a realizar uma excelente partida de futebol, a Guiné-Bissau terminou a primeira parte em desvantagem no marcador.
Na segunda parte, Candé fez ficar no balneário Zinho Gano e Carlos Mendes Gomes e fez entrar Marciano Tchami e Franculino Djú, mas a Guiné-Bissau desapareceu totalmente do jogo, entregando completamente a partida ao adversário.
Embora dominasse a posse de bola, a seleção da Nigéria não conseguiu traduzir a sua superioridade em golos, devido a grande exibição do guarda-redes, Jonas Mendes, que evitou mais uma goleada contra a Guiné-Bissau.
Aos 10 minutos do fim, a seleção nacional voltou a reaparecer no jogo, após entrada de Fali Candé, criando dois lances que poderiam dar em golos se não fosse as duas boas defesas do guardião adversário.
Apesar de a Guiné-Bissau crescer na parte final, o resultado não se alterou e a seleção nacional acabou por somar a terceira derrota consecutiva, acabando por despedir-se da competição sem qualquer ponto na tabela classificativa.
A Guiné-Bissau que participou nos últimos 4 CAN, soma 12 jogos, perdeu 9, empatou 3 e não venceu qualquer partida. O guardião Jonas Mendes foi o único jogador a participar nestas quatro edições da prova.
No final do jogo frente a seleção da Nigéria muitos adeptos e simpatizantes da Guiné-Bissau voltaram a pedir a saída do cargo do selecionador nacional, Baciro Candé.
Os adeptos alegam que o “Mister Candé”, como é conhecido o selecionador nacional, já não as condições técnicas para continuar a comandar os “Djurtus”, a alcunha da Guiné-Bissau.
Além da crítica ao selecionador nacional, os adeptos exigem a reestruturação cabal da estrutura da Federação de Futebol da Guiné-Bissau. Querem uma estrutura profissional para dirigir o futebol nacional.
A secção desportiva do Jornal O Democrata apurou junto de uma fonte próxima da Federação de Futebol do país, que o contrato do atual selecionador nacional, BaciroCandé termina no mês de março do ano em curso.
A comitiva da Guiné-Bissau liderado pelo ministro da Cultura, Juventude e dos Desportos, Augusto Gomes vai deixar a Costa do Martim amanhã, terça-feira.
A 34.ª edição decorre de 13 de janeiro a 11 de fevereiro de 2024, na Costa do Marfim. O CAN estava previsto para 2023, mas devido ao período intenso de chuvas na Côted’Ivoire, a Confederação Africana de Futebol (CAF) adiou-o para o presente ano.
Por: Alison Cabral
