O ministro do Interior e da Ordem Pública, Botche Candé, criticou esta segunda-feira, 29 de janeiro de 2024, que a denúncia do antigo Primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabian, sobre a existência de sinais de muita droga no país, colocam mal a imagem da Guiné-Bissau e do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, no mundo fora.
“Nuno Gomes Nabian é membro do Conselho de Estado, Conselheiro do Presidente da República e o seu partido faz parte deste governo. Não faz sentido fazer esta declaração, sem no entanto, chamar à atenção primeiramente ao Chefe de Estado sobre o assunto e ao ministro do Interior que é um irmão. Não podemos deixar essa situação passar despercebida como aconteceu no passado com o caso do avião, que ele havia dito que transportava drogas e armas, depois o aparelho foi aberto e não foi encontrado nada. Desta vez, as coisas devem ser clarificadas”, disse o titular da pasta do Interior e da Ordem Pública, assegurando que as forças de segurança têm uma semana para descobrir as pessoas que estão a traficar drogas na Guiné-Bissau.
O governante fez estas críticas durante o encontro mantido com os responsáveis de diferentes estruturas das forças de segurança com o propósito de analisar as denúncias feitas pelo antigo chefe do Governo e líder da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Nuno Gomes Nabian, a margem de um comício popular feito na cidade de Bissorã, para informar aos militantes e dirigentes do seu partido e do Partido da Renovação Social (PRS) sobre o acordo assinado a 14 de janeiro do ano em curso, entre as duas formações políticas, que tem como objetivo potenciar uma ampla convergência de ideias, de propósitos e de objetivos traduzidos nas bases ideológicas comuns.
Botche Candé informou que às forças de defesa e segurança foram criadas as condições para fiscalizarem e controlarem qualquer anormalidade que pode colocar em causa a imagem da Guiné-Bissau, “portanto não é aceitável uma situação dessas acontecer no país. Os criminosos desta prática não foram descobertos ao ponto de um alto dirigente do país, fazer esta denúncia pública numa das cidades na zona norte do país, isso só pode ser traição”.
Candé diz que as denúncias do líder da APU-PDGB sobre a inundação de drogas no país não correspondem à vontade. contudo assegurou compete às forças de segurança provar a existência de sinais da droga ou não na Guiné-Bissau. Acrescentou que o também Conselheiro Político do chefe de Estado, deve colaborar com os agentes da investigação para informar sobre os lugares e regiões em que as drogas estão a ser descarregadas.
“Com esse tipo de declaração, como é possível a Comunidade Internacional, as Nações Unidas, a Comunidade Económica dos Estados África Ocidental, terem confiança no país?
As forças de defesa e segurança devem trabalhar dentro de uma semana para que possamos esclarecer o mundo sobre este assunto complicado e se a declaração não corresponder à verdade, vamos solicitar ao Ministério Público para instaurar um processo contra Nuno Nabian, porque as declarações são graves e colocam em causa a imagem da Guiné-Bissau”, advertiu.
Por: Aguinaldo Ampa
