Retirada dos três países: CEDEAO PEDE DIÁLOGO E RECONCILIAÇÃO AO BURKINA FASO, MALI E NÍGER

O Conselho da Mediação e Segurança da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) pediu diálogo e reconciliação aos governos do Burkina Faso, do Mali e do Niger, no concernente ao afastamento declarado da organização, alegando que a própria organização terá violado o texto da convenção ao aplicar sanções pesadas e inexistentes.

O apelo ao diálogo, de acordo com uma nota publicada na página Facebook daquela organização sub-regional esta segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024, saiu no final de uma reunião extraordinária do Conselho de Mediação e Segurança (CMS) a nível ministerial, realizada em Abuja, capital da Nigéria, no passado dia 8 do mês em curso, na qual sublinha a necessidade “crítica de diplomacia e unidade face aos desafios regionais”.

A nota informa que o ministro nigeriano dos negócios estrangeiros e igualmente presidente do CMS, o Embaixador Yusuf Tuggar, disse na sua comunicação no final da reunião que a decisão do Burkina Faso, do Níger e do Mali de se retirarem da comunidade constitui mais um desafio, acrescentando que os membros estão encorajados pelo espírito de cooperação para resolver este desafio que defende os valores da comunidade.

“Temos de levar adiante a dinâmica gerada nesta sessão e prosseguir os nossos esforços para dialogar com os Estados-membros em causa num espírito de compreensão e reconciliação”, lê-se na nota.

O presidente do CMS, de acordo com a nota, sublinhou o impacto negativo que a retirada do Burkina Faso, do Mali e do Níger poderá ter sobre os seus cidadãos.

“A decisão destes três países de se retirarem  da CEDEAO não só poderá acarretar dificuldades para as suas populações, como também comprometer os esforços de integração regional”, salientou o ministro nigeriano dos negócios estrangeiros.

Reforçou ainda na sua comunicação o compromisso da CEDEAO com o diálogo, a diplomacia e a reconciliação como a base da sua abordagem para a resolução de conflitos no seio da comunidade.

Sobre as implicações das decisões dos três países no processo de integração em geral, o Embaixador Tuggarcaracterizou-as como um pequeno retrocesso em vez de uma rutura absoluta da integração africana.  

Para o presidente da Comissão da CEDEAO, Omar AlieuTouray, a CEDEAO continua empenhada em corresponder às aspirações dos seus cidadãos no sentido de uma governação responsável e democrática. 

“Passámos de uma CEDEAO dos Estados para uma CEDEAO dos povos, onde as exigências de governação democrática e de transparência são primordiais”, assegurou o gambiano que dirige a Comissão da CEDEAO, sublinhando a dedicação da organização em promover estes ideais em todos os Estados-membros.

Refira-se que no final da sessão, a CEDEAO reiterou a sua dedicação em promover a boa governação, fortalecer as instituições e garantir o bem-estar dos seus cidadãos. A comunidade mantém-se unida nos seus esforços de diálogo, reconciliação e luta contra o terrorismo, incorporando o espírito de cooperação e unidade que definem a CEDEAO.

Para além da integração regional e da diplomacia, a sessão do Conselho centrou-se na urgente questão do terrorismo, onde apelaram à mobilização da Força de Intervenção da CEDEAO para combater a ameaça existencial do terrorismo que paira sobre a comunidade, incluindo no Burkina Faso, Mali e no Níger. 

Apesar da imposição das sanções, a nota informa que a CEDEAO continua a apoiar estes países nos seus esforços de luta contra o terrorismo.

Por: Assana Sambú

Author: O DEMOCRATA

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