Editorial: PARTIDOS POLÍTICOS ORGANIZAM-SE PARA DESTRUIR A DEMOCRACIA NA GUINÉ-BISSAU

[Edição impressa nº558 Ano XI, de 15 de fevereiro de 2024] Quando um especialista de relação da política com os Mass Media chega ao Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, em Bissau, a primeira coisa que ouve no discurso interdemocrático dos guineenses é a desorganização interna da democracia multipartidária do país. Mas quando visita a Assembleia Nacional Popular (ANP) chega a uma conclusão mais evidente.Todos os partidos políticos da Guiné-Bissau trabalham para a desorganização interna da democracia. 

Na verdade, cada partido político nacional estabeleceu, na sua política interna, uma desorganização desconforme com todos os ditames da democracia multipartidária que existe no mundo democrático.

A desorganização interna dos partidos políticos nacionais privou o Estado e o governo eleito democraticamente de fazer uma previsão de bem-estar social na Guiné-Bissau. As tensões internas e os discursos facionários de varias fações e dos lideres partidários que surgem nos Mass Media nacional estão fora de contexto da relação dos políticos com os Mass Media. São apenas fatores de tensões sociais e da desorganização interna da democracia multipartidária na Guiné-Bissau.

Qualquer Especialista de relações dos políticos com os Mass Media, que acompanha de perto a comunicação interdemocrática dos partidos políticos na Guiné-Bissau, sabe que a desorganização democrática do nosso país se deve apenas ao facto de a classe política nacional beneficiar de todos os Boom-económicos da democracia. O estado de bem-estar da democracia nacional ficou pobre e completamente desarticulado com a realidade sem as condições de baixar tensões nos partidos políticos e do público em geral.

Os nossos partidos políticos vivem hoje uma enorme dificuldade de desenvolver uma mentalidadeda democracia global, baseada na cultura da racionalidade e da razoabilidade democrática. Nos partidos políticos vive-se hoje na Guiné-Bissau, sem uma Cultura de Comunicação Interdemocratica que promova políticas e práticas internas que estimulam a interação, a compreensão e o respeito entre as diferentes culturas facionárias que coabitam nas organizações políticas e partidárias.

Na ausência de uma cultura política de Comunicação Interdemocratica, os partidos políticos transformaram-sr num autentico Centro Comercial onde se pode adquirir quaisquer deputados e militantes. O boom-económico da aquisição de deputados e de militantes nos vários Centros Comerciais do país passou a ser visto como um verdadeiro sistema da democracia interna partidária na Guiné-Bissau.

A aquisição de deputados e de militantes nos Centros Comerciais espalhados por todo o país criou, de entre os militantes dos partidos políticos nacionais, uma cultura de não agir em conformidade com a racionalidade e razoabilidade democracia interna dospartidos. O que desvirtuou o caráter da nossa democracia multipartidária. Hoje temos no país, partidos legalizados cujos militantes e dirigentes pertencem a uma sensibilidade política de outro partido político que os adquiriu.

Este cenário de aquisição de militantes e de deputados nos Centros Comerciais levou os partidos políticos aterem, nas suas fileiras, militantes e deputados de outros partidos. O que desvirtuou e desorganizou, por completo, a nossa democracia multipartidária na Guiné-Bissau. Vivemos hoje num sistema de democracia multipartidária que está contra o estado de bem-estar do Zé-povinho de Bandim que é a força de trabalho para o desenvolvimento do país.

A desorganização da democracia interna dos partidos políticos da Guiné-Bissau conduziu o país a não ter um Estado que garanta a paz social, que promova os direitos da cidadania, garantindo na sociedade guineense um bem-estar para todos e não para os militantes e deputados que os partidos políticos adquiriram nos Centros Comerciais.

Por: António Nhaga

Diretor-Geral

angloria.nhaga@gmail.com

Author: O DEMOCRATA

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