PR Sissoco: “MADEM-G15 TEM UM COORDENADOR NACIONAL, MAS EU SOU O PRESIDENTE DO PARTIDO”

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, afirmou esta quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024, que, embora o Movimento para a Alternância Democrática tenha um coordenador nacional, ele é o presidente do partido.

“O Madem tem um coordenador, mas de fato eu sou o presidente do Madem. Tenho a autoridade moral de falar em nome do nosso partido que criamos”, afirmou e disse que é um dos fundadores que impulsionou a indicação de Braima Camará para o posto de coordenador nacional.

O chefe de Estado, que falava no âmbito da visita ao mercado central em Bissau, disse estar triste perante “ataques” que se registam entre os dirigentes do mesmo partido.

“As divergências poderiam ter sido evitadas, se tivessem escolhido o diálogo, um diálogo que envolveria figuras como Adja Satu Camará, uma reserva moral, eu presidente de honra. Estou a tentar reunir consensos no partido, mas estou muito triste com o que está a acontecer no MADEM-G 15 e a observar o silêncio do PAIGC, o nosso maior opositor, a rir-se de nós”, afirmou.

O Presidente da República disse que continua a manter boas relações com o coordenador do Madem e negou que tenha mão oculta no conflito interno que se vive neste momento nas diferentes estruturas do partido, porque “se quiser reunir órgãos do MADEM-G 15, não haverá nenhum impedimento, apenas vou instruir o coordenador”.

“Jamais me desligarei do MADEM-G 15. O nosso partido tem a sua história e uma causa…Nunca passou pela cabeça que o nosso partido chegaria a um nível de desentendimento. Repito, estou triste”, lamentou.

Em reação ao pedido de demissão apresentado pelo antigo primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabian das funções de Conselheiro especial do Presidente da República, Sissoco Embaló lembrou que quando era primeiro-ministro, no mandato de José Mário Vaz, fê-lo sem evocar as razões, tendo lamentado a forma como Nuno Nabian tornou pública uma decisão pessoal.

“Nuno foi notificado pelo Ministério Público na sequência da sua declaração, mas não aceitei não por ser uma figura acima da lei, apenas porque era o meu conselheiro e um dos membros do Conselho de Estado. Tenho comigo a notificação há um mês, nunca a despachei”, afirmou, sem, no entanto, confirmar se vai ou não aceitar o seu pedido.

Na carta, Nuno Nabian justificou a sua decisão por falta de abertura ao diálogo político por parte do Chefe de Estado guineense, de formas a criar as condições para uma governação pacífica e estável do país, assim como os desafios políticos presentes e futuros, após a dissolução da Assembleia Nacional Popular e a necessidade de marcação das próximas eleições legislativas antecipadas de acordo com os preceitos constitucionais.

Questionado se já tem uma data indicativa para a realização das eleições legislativas antecipadas, o chefe de Estado assegurou que o seu grande desejo era que ocorresse em maio ou abril, mas nunca pensou na possibilidade de eleições gerais em novembro de 2025, não.

“Tenho um decreto pronto aguardando um cronograma da Comissão Nacional de Eleições e em breve os guineenses conhecerão a data de ida às urnas. Mas que fique claro que as eleições não são convocadas num ambiente de teatro, é um processo sério e tenho uma credibilidade grande”, enfatizou.

Por: Noemi Nhanguan

Author: O DEMOCRATA

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