O porta-voz da Frente Social, Sene Djassi, anunciou que a organização sindical que congrega os sindicatos dos profissionais dos setores da saúde e da educação entregou um novo pré-aviso de greve para os dias 8,9 e 10 de abril próximo.
Sene Djassi, que falava esta quinta-feira, 21 de março de 2024, no balanço da primeira vaga da paralisação, lamentou a falta de diálogo entre o executivo liderado por Rui Duarte Barros com os sindicatos filiados da Frente Social, protagonistas da greve.
O Sindeprof e a Frenaprof (Frente Nacional dos Professores e Educadores) são os sindicatos de docentes filiados na Frente Social, em representação do setor da Educação enquanto o Sinetsa (Sindicato Nacional dos Enfermeiros, Técnicos de Saúde e Afins) e a Sinquasa(Sindicato de Quadros da Saúde) representam o setor da Saúde estão a exigir a atualização das matérias nas escolas públicas, porque “os conteúdos que os alunos estão a receber são da década dos anos 80”.
“Muitas vezes, os professores fazem as suas cópias para poderem ensinar nas salas de aulas”, revelou.
Sene Djassi denunciou que o governo pretende intimidar os professores, bloqueando os seus salários e considerou a declaração do ministro de educação “infeliz”, alertando que caso avance com a ideia de descontar os salários dos profissionais que aderiram à greve, o governo será obrigado pagar as dívidas desde 2005 a esta parte.
Reconheceu que a greve de três dias não tem um impacto no setor educativo, por falta de colaboração dos professores e do regime de autogestão implementado em várias escolas públicas do país.
Criticou a passividade da associação dos Pais e Encarregados de Educação dos alunos, que acusou de não terem assumido a sua responsabilidade de exigir um ensino de qualidade na Guiné-Bissau.
“Os pais e encarregados de educação sabem de que os seus filhos têm dificuldade na escrita, leitura, em falar a língua portuguesa”, criticou e repudiou o fato de terem permitido que as escolas se transformassem em centros comerciais e não se preocupam em aconselhar os seus educandos a irem à escola.
Por: Noemi Nhanguan
Foto: N.N