Cerca de duas dezenas de jornalistas guineenses de diferentes órgãos de comunicação social e repórteres de plataformas de multimédia (rede social), beneficiaram este sábado, 23 de março de 2024, de uma ação de formação em matéria da saúde, conservação do ambiente e das zonas costeiras, direito ambiental e da saúde.
O seminário da restituição do segundo fórum de Lomé, capital do Togo, foi realizado pela estrutura nacional da Rede Africana de Meios de Comunicação Social para a Promoção da Saúde e do Ambiente (REMAPSEN-Guiné-Bissau), na sala de reuniões da Casa de Direito, em Bissau.
Os formandos debruçaram também sobre o tema da responsabilidade social do ministério da Administração Territorial e do Poder Local e o papel do poder tradicional na preservação do ambiente; a problemática da saúde mental e o desafio do enquadramento deste tema na agenda da imprensa guineense; a devastação da floresta, a proteção do ambiente e das zonas costeiras.
Presidindo a cerimónia de abertura, o diretor geral da Comunicação Social, Carlos Emerson Gomes, disse que o governo está interessado em ver os jornalistas a especializarem-se em qualquer área, sobretudo no concernente aos setores da saúde e do ambiente, que considera serem muito importantes na vida das populações.
Afirmou que o sistema de saúde guineense não está nada bom, pelo que no seu entender os profissionais de comunicação social devem estar na altura e munidos de conhecimentos para formar e informar a opinião pública sobre as diferentes temáticas. Frisou que os jornalistas precisam chamar atenção às autoridades sobre a “situação que não está boa e criticar de forma positiva para que as coisas possam ser corrigidas”.
Este responsável assegurou que o ministério da Comunicação Social está disponível para colaborar com as organizações da classe da média guineense.
Em representação do ministro da Saúde Pública, Elísio Ferreira disse que quando existe uma rede com objetivo de sensibilizar a população sobre a situação da saúde e do ambiente é automaticamente parceiro do ministério da saúde pública.
“A questão de saúde é tarefa de todos. Assim, o ministério da Saúde estará disponível para colaborar com a rede em tudo que é possível para que a população mais longínqua possa beneficiar de informações credíveis difundidas pelos jornalistas formados pela rede”, assegurou, acrescentando que a média tem um papel imprescindível para que a população possa conhecer quais são as medidas que devem ser tomadas para promover a saúde e prevenir as doenças.
O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), Bubacar Turé, disse por sua vez, que o direito a saúde e ao ambiente são temas interligados, porque a degradação do ambiente ou seja os problemas que resultam dos assuntos naturais em termos ambientais, acabam por refletir-se na saúde pública, por isso é que os dois temas são de extrema importância para o desenvolvimento sustentável.
Enfatizou que “não há desenvolvimento sustentável sem a proteção do ambiente e saúde”.
“O sistema nacional de saúde do país enfrenta hoje uma grave crise. Assim, o empenho e dedicação dos órgãos da comunicação social com a missão de descortinar e contestar o poder político para darem uma atenção a este setor crucial para a vida da população, enquanto um direito fundamental é crucial”, alertou.
O presidente da Rede dos Medias Africanos para a Promoção de Saúde e Ambiente (REMAPSEN), Sabino Santos Lopes, disse por seu turno que o fórum de Lomé enalteceu o papel da média na promoção da saúde e ambiente com o objetivo de proporcionar o maior engajamento dos media não só a nível do continente africano, mas também do mundo relativamente às ações que devem ser desenvolvidas em prol das crianças e da sociedade.
Santos lamentou a forma como as estruturas públicas ou organizações internacionais relacionadas com a classe jornalista, que segundo a sua explanação deveria ser o maior parceiro destas entidades na disseminação de informação, bem como na formação e informação da opinião pública.
Lembrou que está a frente da rede há vários anos a tentar estabelecer uma relação com as instituições governamentais, mas não teve resposta favorável das autoridades e menos das organizações internacionais solicitadas.
Criticou aquilo que considera de desprezo da parte da representação do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) na Guiné-Bissau face à sua organização, a quem segundo a sua explicação, foi entregue o relatório da atividade da rede entre novembro e dezembro de 2023, de acordo com a orientação que recebeu da estrutura regional daquela agência da ONU, mas até agora não teve reação do Gabinete da UNICEF.
Refira-se que a REMAPSEN é uma organização regional constituída pelos profissionais de comunicação social e com estruturas em mais de 40 países da África.
Por: Aguinaldo Ampa