O Embaixador Plenipotenciário da República Popular da China na Guiné-Bissau, Guo Ce, disse acreditar que os governos chinês e guineense vão assinar um protocolo do acordo que permitirá a exportação da castanha de cajú e outros produtos para a China num futuro próximo, acrescentando que depois da assinatura do acordo será preciso que os exportadores guineenses façam uma inscrição que considera muito simples nas alfândegas da China.
“Não tenho a certeza se nesta campanha de comercialização da castanha é possível exportar as castanhas do cajú guineense para a China, mas acredito que vamos assinar o protocolo do acordo para facilitar a exportação deste produto para o nosso país. E avançar para o registo nas alfândegas da China e depois teremos alguns meses de preparação e começarmos a exportação depois de terminar toda esta fase”, assegurou o diplomata na entrevista conjunta concedida ao Jornal O Democrata e Radiodifusão Nacional para debruçar sobre a sua missão no país que termina este mês.
“É MUITO MELHOR A EXPORTAÇÃO DA CASTANHA PROCESSADA EM AMÊNDOA PARA A CHINA”
Guo Ce chegou a Bissau em outubro de 2020 e tornou-se no 13º embaixador da China na Guiné-Bissau, cuja missão visou essencialmente o aprofundamento das relações e a ampliação da cooperação e a correspondência de conceitos de governança entre os dois países.
Sobre a compra da castanha do cajú pelos empresários chineses aguardada com muita expectativa pelos empresários e agricultores guineenses, explicou que o seu sucessor vai envidar os esforços para concluir os trabalhos e permitir a materialização desta iniciativa engajada pelas autoridades chinesas e guineenses.
“Nós adiantamos alguns trabalhos e ele vai concluir todo o processo. Creio que vamos conseguir o resultado desejado por todos com a assinatura do protocolo do acordo de exportação”, contou. Contudo disse esperar que a Guiné-Bissau vá ter energia elétrica de forma integral e que permita o desenvolvimento e a implementação de muitas iniciativas de pequenas e grandes indústrias.
Explicou ainda que não obstante os esforços que estão a ser feitos para a exportação da castanha do cajú para a China, salientou que “é muito melhor exportar a castanha processada em amêndoa para a China”, o que no seu entendimento, deixará mais valor acrescentado para a economia da Guiné-Bissau.
O diplomata aproveitou a entrevista para enaltecer o apoio recebido da parte das autoridades guineenses durante os seus três anos e meio de missão, tendo destacado o apoio recebido do governo da Guiné-Bissau a nível internacional concernente ao conceito de Construção da Comunidade de Futuro Compartilhado para a Humanidade, às três iniciativas globais, como também às outras iniciativas e posições propostas pela China, defendidas conjuntamente com os interesses dos países em desenvolvimento.
Na hora do adeus, lembrou durante a sua missão dos grandes projetos realizados pelo seu país na Guiné-Bissau, destacando a Autoestrada Bissau-Safim, que está em obras, o Porto de Alto Bandim, a Reparação da Sede da Assembleia Nacional Popular e do Salão de Conferências Internacional do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Enfatizou, neste particular, os donativos alimentares oferecidos ao povo guineense, o envio constante de equipas médicas, as missões técnicas agrícolas e equipas de cooperação económica a trabalhar neste país, como também a promoção da Guiné-Bissau a participar pela primeira vez na Exposição Internacional de Importação da China, que injetou um impulso na cooperação económica e comercial entre os dois países.
Questionado sobre o que leva da Guiné-Bissau como recordação, respondeu que na verdade uma amizade e a simpatia verdadeira do povo guineense que lhe tocou muito em várias ocasiões.
“Visitei muitas vezes algumas escolas da amizade Sino-Guineense e também visitei, ao longo da minha missão, algumas comunidades e participei nas iniciativas das mulheres. Vi danças e ouvi canções das populações locais que me tocaram muito e senti no meu coração a sua bondade e simpatias”, confessou, afirmando que este tipo de atitude não só reflete a bondade, mas também “é acima de tudo uma atitude positiva da humanidade que me impressionou muito.
Guo Ce afiançou que os três anos e meio da sua missão na Guiné-Bissau serão inesquecíveis na sua vida, tendo frisado que sentiu no seu coração a verdadeira amizade do povo guineense. Sublinhou que, apesar de a sua missão ter chegado ao fim e que regressa para o seu país assumindo um novo desafio, confessou ainda na entrevista que vai e que sentirá a saudade do povo guineense.
Por: Assana Sambú