Figura da semana: DOCUMENTÁRIO “RESSONÂNCIA EM ESPIRAL” DISTINGUIDO COM O PRÉMIO BIBLIOTECAS

O documentário “ressonância em espiral” do arquiteto guineense, Marinho de Pina, foi distinguido pelo governo francês com o “Prémio Bibliotecas”, na 46ª edição do festival de Cinema du Réel, que decorreu no Centre Pompidou em Paris, França.

O filme é uma coprodução entre Portugal, Guiné-Bissau e Alemanha e foi co-assinado pela artista visual e realizadora, Filipa César, e pelo investigador guineense, Marinho de Pina. Contou também com a participação do conceituado realizador guineense, Sana Na N’Hada.

De acordo com a produtora portuguesa Stenar Projects, a Mediateca Onshore é um projeto comunitário cultural, iniciado em 2018 pela cooperativa guineense Geba Filmes. Depois de algum período de itinerância foi instalado em Malafo.

À RFI, Marinho de Pina realçou o fato de o trabalho ter sido reconhecido.

 “É sempre bom, porque mostra que muitas vezes sonhamos num determinado espaço, vivemos isolados ou noutra realidade e cultura, mas percebemos que há pessoas com sonhos similares. Julgo que reconheceram nesse trabalho, esse lugar de sonho”.

BIOGRAFIA

Geraldo Pina, conhecido por Marinho de Pina, nasceu em Sonaco. É mestre em arquitetura e doutorando em Espaços Sagrados em Bissau, no Instituto Universitário de Lisboa. É investigador, ator, escritor, autor, poeta, tendo atuado desde 2017, dentro e fora do país, como artista performativo, organizando workshops de escrita criativa e eventos de Slam Poetry. 

Trabalhou como tradutor de livros para a infância, na editora Falas Afrikanas e tradutor de poesias na 8ª edição do Jornal Coreia. Publicou o seu primeiro livro intitulado “Fogo Fácil” em 2006 e já ganhou prêmios de escrita e de música com o grupo musical Os Malgossados.

Fez a direção musical e adaptação para kriol da peça “Os Saltimbancos de Chico Buarque”, com a direção de João Branco e Janaína Alves Branco (Bissau 2023). Fez co-curadoria da exposição “(Des)arrumar os Arquivos Coloniais”, promovida pela FCSH no Museu Nacional da História Natural e da Ciência (Lisboa 2023). Está a fazer co-curadoria da bienal Afro-Portugal 2024, em Coimbra.

É membro do coletivo BIBLIOTERA, que participou na Anozero |Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra, um dos criadores da Mediateca Abotcha, Guiné-Bissau, um programa de criação cultural de sonhos e utopias com a comunidade local, em co-gestão, co-produção e co-curadoria e animação de atividades culturais.

O seu filme “Ressonância em espiral” fez parte da seleção oficial de 2024 do Festival de Berlim e foi exibido no final de fevereiro no Museu de Arte Moderna (MoMA), em Nova Iorque.

Marinho vai apresentar poesia de Amílcar Cabral no festival FeLiCidade, no CCB – Festival da Língua e da Liberdade na Cidade (Lisboa), em comemoração dos 50 Anos do 25 de abril e 100 Anos de Amílcar Cabral.

Por: Epifânia Mendonça

Author: O DEMOCRATA

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