O presidente da Célula Nacional de Tratamento de Informações Financeiras (CENTIF-GB), Justino Sá, alertou que se o Estado combatesse a fuga ao fisco, o crime de corrupção, o tráfico de drogas e de fraude fiscal, não haveria o branqueamento de capitais no país.
“É preciso educar as pessoas de que quem toma dos outros não tem educação e é um crime punível”, defendeu esta terça-feira, 23 de abril de 2024, em entrevista aos jornalistas, no âmbito de uma ação de formação e sensibilização de dois dias (23 e 24) em matéria de luta contra o branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo, para os atores estatais da administração pública.
O encontro decorre no quadro da execução do plano de ação decorrente do processo de avaliação nacional de riscos de branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.
O presidente da Célula Nacional de Tratamento de Informação Financeira afirmou que a sensibilização é pertinente nos locais de trabalho, bem como alertar as pessoas e a população geral que existem consequências para quem está em conflito com a lei.
“É importante incluir os funcionários do Ministério das Finanças, porque às vezes podem ser tentados a cometerem erros, mas se compreenderem a desvantagem do branqueamento de capitais vão pensar duas vezes antes de aceitarem entrar em qualquer tentação”, avisou, tendo criticado que a Guiné-Bissau é um país onde uma pessoa entra no aparelho de Estado e fica rica num curto espaço de tempo.
“Se o Estado conseguisse combater a fuga ao fisco, o crime de corrupção, o tráfego de drogas e de fraude fiscal, não haveria o branqueamento de capitais no país”, indicou.
Lembrou que os impostos que os cidadãos pagam não ajudam o Estado a ter recursos suficientes para ajudar no desenvolvimento do país, porque “os bens roubados do Estado são levados em benefício de uma pessoa ou de um grupo de pessoas”.
“Quando querem justificar o dinheiro de proveniência duvidosa, utilizam este dinheiro ou investem em algum negócio gerador de rendimento.
Justina Sá disse que o branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo têm consequências fatais para a economia e a população em geral, razão pela qual pediu a colaboração de todos na luta contra o flagelo.
Apelou aos participantes a trabalharem com base na integridade, elegendo a ética acima de tudo, porque “às vezes a lei permite fazer uma coisa, mas a ética proíbe”.
Por: Noemi Nhanguan