A cidade de Bissau acolheu a 11ª Edição do Fórum Regional Costeiro e Marinho, que reuniu peritos de diferentes países para debater a problemática da conservação, resiliência e do desenvolvimento sustentável do litoral da África Ocidental face às alterações globais. Uma iniciativa da Parceria Regional para a Conservação Costeira e Marinha na África Ocidental (PRCM) que decorre de 23 a 26 de abril de 2024, numa das unidades hoteleiras de Bissau.
O evento realizado pela PRCM em colaboração com o governo da Guiné-Bissau através do ministério do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática, reuniu cerca de 400 técnicos provenientes dos países membros daquela organização regional, designadamente, Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Gâmbia, Cabo Verde, Mauritânia, Senegal e a Serra Leoa. A primeira edição foi lançada em Conacri, em 2004, trata-se de uma plataforma credível capaz de reunir os intervenientes da zona marinha e costeira da África Ocidental e de federar as suas acções em torno dos desafios da conservação e do desenvolvimento sustentável deste litoral.
O fórum reúne instituições nacionais intergovernamentais, instituições científicas, ONG nacionais e internacionais, organizações socioprofissionais, o setor privado (pesca, turismo, hidrocarbonetos) e parceiros técnicos e financeiros para a partilha de experiências resultantes dos seus projectos na zona marinha e costeira, bem como reforçar as suas parcerias com outros parceiros e obter acesso a uma rede financiadores e decisores de alto nível.
Um documento distribuído à imprensa informa que na África Ocidental, os recursos marinhos e costeiros constituem a base do desenvolvimento económico e social dos países e que os recursos da zona costeira geram quase 56 por cento do PIB da região.
Os peritos em conservação vão abordar com os participantes durante as sessões plenárias e mesas redondas vários subtemas, nomeadamente: ciência, conhecimentos locais e políticas para um litoral sustentável; soluções de resiliência costeira: adaptação, mitigação e prosperidade; economia azul e proteção dos oceanos; juventude, educação e empenhamento num ambiente costeiro saudável; litoral, paz e segurança: proteção e restauração numa perspetiva de sustentabilidade e a mobilização dos atores da África Ocidental para enfrentarem os desafios do IMPAC 6.
“FÓRUM OFERECE UMA OPORTUNIDADE ÚNICA DE PARTILHA DE EXPERIÊNCIAS E PERSPETIVAS” – PR SISSOCO
Presidindo a cerimónia de abertura do fórum, o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, disse que o tema do fórum, a conservação, resiliência e desenvolvimento sustentável da Costa Ocidental Africana face às alterações climáticas põe em evidência a urgência e a importância de se empreender um esforço coletivo. Acrescentou que as alterações climáticas representam uma ameaça sem precedentes tanto para os ecossistemas marinhos e costeiros, como também para a subsistência de milhões de pessoas que dependem daquele recurso.
“O Fórum Regional Costeiro e Marinho oferece uma oportunidade única de partilha de experiência e perspetivas, reforço de laços entre instituições parceiras e de acesso a uma rede de alto nível de doadores e decisores”, assegurou, para de seguida enfatizar que é fundamental destacar a problemática e os desafios específicos da própria zona costeira guineense e ao mesmo tempo encarar a sua gestão integrada numa perspetiva mais abrangente que se estenda por toda a costa oeste africana, “porque o país compromete-se com o princípio de uma governação participativa, aberta e qualificada com vista proteger os recursos naturais para o benefício da geração vindoura”.
Por seu lado, o Diretor Executivo da Parceria Regional para a Conservação Costeira e Marinha na África Ocidental (PRCM), Ahmed Senhoury, disse que é um orgulho ter um património deste tamanho da zona costeira e marinha ao nível do ecossistema e da biodiversidade que dispõe de um conjunto de aves, uma colónia de tartarugas marinhas património mundial, isto faz com que a nossa marinha costeira tenha espécie diversas e explica abundância dos recursos haliêuticos e a beleza vista e favorável para o turismo.
Assegurou que a Guiné-Bissau é um país que acolhe uma grande quantidade de tartarugas e tem aves migratórias em abundância e é considerada um santuário de diversos tipos de peixes, tudo isso faz com que a Guiné-Bissau se possa tornar num país modelo na conservação.
A diretora-geral do Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP), Aissa Regalla Barros, explicou na declaração aos jornalistas que a Guiné-Bissau acolheu o fórum, porque tem muita coisa para partilhar, enquanto país exemplo da sub-região em termos da conservação do ambiente e da biodiversidade.
“Durante o fórum estão previstas várias atividades entre as quais, a exposição sobre a biodiversidade guineense e outros eventos paralelos ligados ao sistema nacional de áreas protegidas, conservação de tartarugas, aves aquáticas e um guia sobre o dia do mangal”, contou.
Por: Aguinaldo Ampa