O presidente do Partido Luz da Guiné-Bissau (PLGB), Lesmes Monteiro, considerou esta quinta-feira, 02 de maio de 2024, “oportunismo político” e “manipulação” de massa os discursos de alguns dirigentes das principais formações políticas que fazem parte do governo liderado por Rui Duarte Barros.
Lesmes Monteiro, que falava em conferência de imprensa, disse que não “faz sentido alguém fazer parte de uma mandjuandadi”, depois tentar passar a área nos olhos do povo, dizendo que “não faz parte”.
“Mas elementos desses partidos estão na governação”, insistiu e disse que “na política é preciso ser honesto na comunicação para assumir a responsabilidade dos atos bons da governação, como também maus, caso contrário é abandonar mesmo”.
O dirigente do Partido Luz da Guiné-Bissau informou que, tanto o Partido da Renovação Social (PRS), Movimento para a Alternância Democrática (MADEM G-15), o Partido para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e a Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) são partidos que têm elementos no governo que “tomam medidas sobre a governação”, como também “participam nas reuniões dos partidos que estão alegar que não fazem parte da governação”, razão pela qual apresentaram nomes dos membros do governo que são militantes e dirigentes dessas formações políticas para o povo perceber as manobras dos políticos.
Sobre a subida do preço de arroz no mercado nacional, Lesmes Monteiro disse que o partido foi surpreendido com a medida do governo sobre a subida repentina do preço de arroz, principal dieta alimentar dos guineenses.
Criticou o fato de o executivo não ter a capacidade de comunicar o povo guineense de forma clara sobre o que se está a acontecer e disse que ” é a falta de sensibilidade dos decisores políticos”, porque “um bem essencial como arroz, não se pode levantar de um momento para outro no conselho de ministros e disparar-lhe o preço”.
“É preciso que haja uma explicação clara sobre fatores que condicionaram a subida para que possamos, enquanto partido no governo, ter argumento de espelhar os nossos militantes. Nesta situação não podemos explicar nada”, disse.
“No fundo compreendemos que haja uma exigência do Fundo Monetário Internacional e que o panorama internacional esteja a condicionar a tomada dessa medida, mas como não somos porta-vozes do governo, não podemos estar a falar em seu nome. Portanto, estamos contra essa decisão. É preciso que o governo repense essa possibilidade para tirar o povo dessa situação”, defendeu.
Lesmes Monteiro disse que Rui Duarte Barros é um primeiro-ministro ausente e várias pessoas não conhecem, porque não é possível dirigir a governação se não fala e politicamente é mudo.
Instado a pronunciar-se sobre o novo Fórum criado para salvação da democracia, que integra o PRS, a APU-PDGB e o MADEM G-15, Lesmes Monteiro alertou que o povo guineense deve estar em alerta, porque ” Nuno Gomes Nabian foi primeiro-ministro por três anos”
“Não foi eleito na altura. Será que na altura não era necessário salvar a democracia?” indagou lembrando que foi votado.
Informou que o PRS é dos partidos que mais governou a Guiné-Bissau ao lado do PAIGC, mas ganhou apenas uma única eleição.
“Que tipo de democracia vigorava nos sucessivos governos em que participou e o MADEM G-15 nunca ganhou eleições, mas estiveram ao lado do José Mário Vaz e do próprio atual chefe de Estado? Na altura, ninguém se lembrou de formar um fórum de salvação da democracia, portanto é simplesmente um jogo político.
Por: Aguinaldo Ampa