O Coordenador da Frente Popular, Armando Lona, garantiu hoje que a marcha agendada para o dia 18 do mês em curso vai ser uma realidade, porque “a população não aguenta mais viver na fome, com um saco de arroz de 50 Kg a custar vinte e sete mil Francos CFA.
O responsável da Frente Popular lembrou que o objetivo das reivindicações visa chamar atenção dos governantes, que alguém deve ser responsabilizado sobre o bloqueio das instituições, nomeadamente do Supremo Tribunal de Justiça, da Assembleia Nacional Popular, entre outras.
Armando Lona, que falava este sábado, 11 de maio de 2024, garantiu que a marcha pacífica será realizada no dia 18, por ser um dos direitos consagrados na Constituição da República.
“Todas as entidades competentes, nomeadamente o Ministério do Interior e da Ordem Pública já têm conhecimento da realização da marcha pacífica”, disse.
Apelou à população guineense, em particular a da diáspora, a juntar-se a esta iniciativa para se posicionar contra a atuação do atual regime e dizer basta à situação em que o país se encontra.
O ativista disse que o país está a viver uma situação de “colapso”, tanto no sistema do ensino, quanto nos hospitais.
“A Guiné-Bissau é um dos países com a maior taxa de evacuação sanitária”, afirmou.
Questionado sobre o despacho que proíbe manifestações, reuniões e comícios populares em todo o território nacional, o ativista disse não ter conhecimento de nenhum documento e porque também a organização que representa não tem nenhum compromisso com nenhum despacho, mas sim com a Constituição da República.
Por sua vez, um dos membros da referida organização cívica, Fernando Fonseca, referiu que a Guiné -Bissau está a viver momentos que interpelam toda a população a questionar os governantes sobre o atual contexto que forçou o país a viver uma experiência absolutista com a supressão da liberdade e de garantias fundamentais da dignidade humana.
“O momento chama atenção de toda a sociedade em lutar contra a doença, a fome e a ignorância, os fatores que levaram a população a se corromper“, insistiu e disse que “qualquer silêncio será considerado cúmplicidade”.
O ativista disse que o medo não deve paralisar ninguém, mas sim servir de guia para afastar todas as instituições públicas de todos os traidores da pátria.
Por: Noemi Nhanguan