Agendamento na embaixada de Portugal: ANAPROMED DENUNCIA COBRANÇAS QUE CHEGAM A UM MILHÃO DE FRANCOS CFA

O presidente da Associação Nacional dos Trabalhadores Domésticos (ANAPROMED), Sene Bacai Cassamá, denunciou que o serviço de agendamento na Embaixada de Portugal na Guiné-Bissau chega a ser cobrado a um milhão de francos CFA.

Bacai Cassamá fez essa denúncia esta segunda-feira, 13 de maio de 2024, para falar de novo preçário estabelecido para cobrar o serviço de agendamento   que custa agora um milhão de francos CFA. Alertou que se a situação não for resolvida, a ANAPROMED realizará de 25 a 27 de maio uma marcha pacífica contra “as atrocidades que se verificam na embaixada de Portugal”

Revelou que Portugal enviou já a Polícia Judiciária para averiguar a situação de corrupção anunciada pela associação e um relatório do inquérito concluiu que existe um índice elevado de corrupção na embaixada de Portugal.

“O ex-embaixador de Portugal antes de deixar o país, também confirmou a existência de corrupção na embaixada”, disse, para de seguida advertir o Ministério de Interior e da Ordem Pública que os portugueses pretendem ver os guineenses a viveram sob discórdia entre eles.

“A embaixada já enviou uma carta ao Ministério do Interior a pedir segurança para proteger os seus interesses na próxima marcha, razão pela qual lançou apelo a todos os associados a aderirem à marcha contra a escravatura moderna”, sublinhou.  

O ativista disse que a embaixada foi transformada numa instituição comercial, não da diplomacia e criticou o privilégio de que os portugueses gozam quando querem vir para a Guiné-Bissau, são-lhes emitidos vistos no aeroporto, mas este tipo de procedimento não se verifica com os guineenses, porque ʺ somos africanos? ʺ, notou.  

Perante esta situação, a associação acusou o Estado da Guiné-Bissau de ser cúmplice na continuidade da corrupção na embaixada de Portugal, porque” os governantes gostam de pedir esmolas e bajular”, lembrando que alguns países africanos já reagiram sobre o despacho que vai acabar com o acordo de mobilidade nos países da Comunidade de Língua Portuguesa, mas a Guiné-Bissau não reagiu até ao momento.  

“45% da população portuguesa é migrante. É chegado o momento de a sociedade em geral dizer numa única voz, basta à continuidade da escravatura moderna nos países africanos, principalmente na Guiné-Bissau”, desafiou.

ʺO país não está num estado de alerta e que a marcha que projeta para os dias 25 a 27 de maio não será adiada pelo governo, nem pelo Ministério do Interior. Temos que reivindicar os nossos direitos “, afirmou e disse que não vão submeter-se a nenhuma ameaça.

“A embaixada costuma ameaçar as vozes que reivindicam contra os seus serviços”, frisou e anunciou que a organização vai intentar uma queixa-crime internacional contra a embaixada de Portugal em Bissau.

Por: Noemi Nhanguan

Author: O DEMOCRATA

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