O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, disse esta segunda-feira, 13 de maio de 2024, que não precisa de autorização de nenhum outro chefe de Estado para visitar a Rússia ou qualquer outro Estado, por ser um Presidente de um país soberano.
“A Guiné-Bissau e a Rússia tinham um acordo de quadro geral. Eu não preciso de autorização de nenhum outro chefe de Estado para visitar a Rússia ou qualquer outro Estado. Também não permitirei que o façam comigo em nenhuma circunstância. Somos um país soberano e independente e enquanto Presidente da República, sei muito bem o que é bom para a nossa política externa”, assegurou o chefe de Estado guineense, na sua declaração aos jornalistas, à margem das celebrações do décimo quarto aniversário da Guarda Nacional, que se assinala a 13 de maio.
Embaló lembrou que, ao nível dos setores da defesa e segurança houve alguma dinâmica no plano de cooperação entre os dois países, frisando que neste momento este país do leste europeu está a formar mais de cem oficiais guineenses e que está em perspetivas a formação de forças especiais para a Guiné-Bissau.
Anunciou que o Ministro dos Negócios Estrangeiros também deverá visitar alguns países que faziam parte da antiga União Soviética para definir as áreas prioritárias de cooperação.
“Mas todos estes países já manifestaram disponibilidade em apoiar a Guiné-Bissau. Por exemplo, Tartaristão, já manifestou formar engenheiros guineenses nas áreas do petróleo, da eletrotecnia e naval”, anunciou.
Sobre a detenção de altas figuras guineenses nos últimos tempos por suspeitas do tráfico de droga em Portugal, o Presidente da República explicou que deu orientações para que os serviços aeroportuários procedam, doravante, à revista a todas as bagagens no aeroporto, sem exceção.
“As minhas malas passam no feltro para a minha própria segurança, porque qualquer um, incluindo a minha própria segurança, pode fazer um atentado. Doravante, mesmo tendo passaporte diplomático de onde quer que seja, as bagagens vão passar no scanner. No nível em que estamos, é muito preocupante. Um procurador geral foi encontrado com droga e um deputado da nação também. Em que país estamos, será que este é o estado de direito que reclamamos?”, interrogou.
Defendeu que é preciso criar uma nova elite política na Guiné-Bissau, porque a atual “é um grupo de marginais”.
Por: Filomeno Sambú