RENAJ DENUNCIA CONSUMO DE DROGA “BLOTA” NA SOCIEDADE GUINEENSE 

O presidente da Rede Nacional das Associações Juvenis (RENAJ), Abulai Djaura, afirmou que a droga (blota) está a ser consumida e ganhou “ proporções surpreendentes” na sociedade guineense.

O responsável juvenil que  falava  sobre a  situação social e política do país, disse que a organização acompanha com preocupação a divisão cimentada entre os guineenses e os últimos acontecimentos.

Djaura sublinhou que, nos últimos tempos, o país foi confrontado com a situação de comercialização e consumo de drogas, facto que foi revelado pela apreensão de duas figuras relevantes nacionais em terras lusas, por terem viajado com drogas nas suas malas.

Lamentou e disse que, quando acontecem situações do género, quem acaba por pagar a factura são os jovens.

Disse que a RENAJ tem acompanhado, nos últimos tempos ecom preocupação, o envolvimento de jovens  na comercialização e no  consumo da droga blota em todo o território nacional.

“As consequências dessa prática vão criar uma falta da coordenação entre as diferentes instituições e da sociedade aumentando assim a insegurança pública, doenças mentais e a descredibilizção do Estado.

Apelou a toda sociedade a trabalhar na credibilização da imagem do país, quer a nivel interno, quer externo.

Disse que o Ministério do Interior e da Ordem deve assumir a sua responsabilidade e redobrar esforços para inverter a situação, o que passa necessariamente por trabalhar para garantir a segurança no Aeroporto Osvaldo Vieira.

A organização juvenil foi crítica  em relação à  situação do emprego jovem e lembrou que muitos jovens terminaram os estudos  universitários e técnicos, mas não têm conseguido inserir-se no mercado de trabalho, por não existirem  empresas privadas que possam empregá-los e o próprio Estado não tem tido condições de albergar estes jovens.

Abulai Djaura defendeu que o  governo deve assumir a sua responsabilidade em criar as condições que possam permitir mais investimento de privados e lançar um fundo soberano para a juventude, em que um jovem possa concorrer, através de pequenas iniciativas financiadas com projectos concretos, para poderem auto-empregarem-se  e dar emprego a outras pessoas.

“Muitos jovens que estão envolvidos na prática de comercialização e venda de drogas, na delinquência e na prostituição não têm nenhuma ocupação, isso constitui um desvio às normas da sociedade.

“Nos últimos tempos, registaram-se  divórcios entre os partidos políticos e os militantes uns de outros,  com acusações, intrigas e demais outras formas que fazem parte da (des)construção de um Estado”, alertou.

“Os  partidos políticos são importantes e devem contribuir na moralização do Estado e da sociedade, caso contrário, criam-se divisões sociais e a desconfiança entre pessoas”, insistiu.

Reconheceu que os partidos políticos aproveitam da vulnerabilidade económica e financeira da juventude para colocá-la numa luta política como “cavalo de batalha” contra toda a maldade provocada por eles.

Defendeu que é  importante discutir ideologias políticas, políticas públicas, prestar mais atenção nas dificuldades da população e encontrar soluções para estes problemas.

“Não podemos continuar a ter políticos que se contentam porque têm pessoas que os defendem, mas que insultam outras pessoas”, criticou.   

Por: Noemi Nhanguan

Author: O DEMOCRATA

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