Apesar de o governo ter interditado a marcha pacífica agendada para este sábado, o Coordenador da Frente Popular, Armando Lona, afirmou esta sexta-feira, 17 de maio de 2024, que a marcha pacífica vai ter lugar amanhã, sábado, dia 18 d e maio, e que não haverá nenhuma intimidação que possa impedir ou travá-la.
Denunciou que o Ministério do Interior e da Ordem Pública rejeitou a carta enviada pela organização que visava testemunhar a intenção da realização das suas atividades.
O ativista apelou à população a aderir à marcha pacífica de amanhã com o objetivo de resgatar a soberania do país, pois “ninguém consegue enfrentar o povo”.
“O povo da Guiné-Bissau está determinante e continua de pé e firme. Cabe ao povo determinar o seu destino certo”, insistiu e disse que o país tem um governo que não pode cuidar da sua população, dos preços de produtos da primeira necessidade que dispararam no mercado.
“Não vimos nenhuma sensibilidade neste governo e dos governantes nesse assunto, num país de muita riqueza”, lamentou e criticou o fato de os estudantes guineenses não terem conseguido estar em pé de igualdade e competir com os outros da sub-região.
“Porque aqueles têm 8 horas nas salas de aulas. No país, os alunos têm apenas três horas de tempo nas salas de aulas. É uma vergonha”, criticou.
Por seu turno, em representação da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Guerri Gomes disse que o Ministério do Interior tem atuado de forma abusiva, ignorando a Constituição da República e em várias ocasiões usou força contra cidadãos, que deveria proteger e garantir segurança à população no exercício dos seus direitos.
Mostrou-se desapontado com a comunicação do Ministério de Interior e da Ordem Pública na tentativa de impedir a realização da marcha pacífica, alegando que há condições de ocorrerem duas marchas em simultâneo.
Por fim, a LGDH responsabiliza o Ministério de Interior e da Ordem Pública caso continue a proibir o direito a manifestações.
Por: Noemi Nhanguan
Foto: N.N