A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) denunciou ter registado com “ indignação” mais uma “atuação ilegal” e tentativa de sequestro da parte das forças de segurança, desta vez, contra o advogado e comentador político, Augusto Nansambe, ocorridas esta sexta-feira, 17 de maio de 2024.
Em comunicado distribuído à imprensa a que O Democrata teve acesso, a Liga informou que a própria vítima terá denunciado que um grupo de agentes das forças de segurança armados invadiu e violou a sua residência em Bissau, no bairro de Guimetal.
Segundo a Liga, na sequência da violação da residência, o sobrinho do analista político, Jorge Tchudá de 24 anos de idade, terá sido detido.
‘Horas antes, o advogado Nansambé tinha sido notificado pelo Ministério do Interior e da Ordem Pública, através de uma Carta datada de 17 de maio, assinada pelo Chefe de Gabinete do Secretário de Estado da Ordem Pública, pedindo a sua comparência nas suas instalações, como se se tratasse de uma instituição judicial”, pode ter-se no documento.
A organização da defesa dos direitos humanos na Guiné-Bissau afirmou que esta atuação “abusiva, arbitrária e ilegal do Ministério do Interior”, constitui não só uma afronta à democracia e ao Estado de direito, mas também revela umatentativa de condicionar as liberdades de manifestação e de expressão.
A LGDH repudiou a vandalização da residência da vítima e exigiu a libertação imediata de Jorge Tchuda.
A Liga exortou o Ministério do Interior a cessação imediata de todas as” ações ilegais” e “inconstitucionais” contra cidadãos que apenas pretendem exercer livremente os seus direitos e liberdades fundamentais constitucionalmente assegurados.
Por fim, a LGDH alertou as forças de segurança de que “o dever de obediência de ordens superiores cessa quando visam as violações dos direitos humanos”.
Por Filomeno Sambú