A Liga Guineense de Direitos Humanos (LHDH) denunciou este sábado, 18 de maio de 2024, na sua página do Facebook, a detenção de ativistas protagonistas da manifestação pacífica, Armando Lona, coordenador da Frente Popular e Mansata Mónica Silla, presidente de Associação Juvenil para a Promoção dos Direitos Humanos e alguns membros das organizações da sociedade civil.
Um video posto a circular nas redes sociais mostra o momento em que Armando Lona, foi interpelado pelos elementos das forças de segurança.
Ainda de acordo com o vídeo, o Coordenador da Frente Social, vestido de fato de treino e com lenço de “Pano de Pinti” no pescoço e segurando um cartaz com dizeres da marcha, estava a frente dos manifestantes na avenida João Bernardo Vieira, concretamente na zona do espaço verde (Bairro d’Ajuda).
Os ativistas sociais informam, através das suas páginas nas redes sociais, que desconhecem o paradeiro de seus colegas detidos.
Na sexta-feira (ontem), a Frente Pooular denunciou que o Ministério do Interior e da Ordem Pública rejeitou a carta enviada pela organização que visava testemunhar a intenção da realização das suas atividades.
O ativista apelara à população a aderir à marcha pacífica de hoje com o objetivo de “resgatar a soberania” do país, pois “ninguém consegue enfrentar o povo”.
“O povo da Guiné-Bissau está determinante e continua de pé e firme. Cabe ao povo determinar o seu destino certo”, insistiu e disse que o país tem um governo que não pode cuidar da sua população, dos preços de produtos da primeira necessidade que dispararam no mercado.
DEFENSORES DOS DIREITOS HUMANOS CRITICAM A REAÇÃO DAS FORÇAS DE SEGURANÇA
Sobre a reação do ministério do Interior e da Ordem Pública, o coordendor da Rede dos Defensores Humanos, considerou de “abusiva” a atuação do Ministério do Interior ao replicar as manifestações pacíficas e chamou atenção ao Presidente da República e ao primeiro-ministro do governo de iniciativa presidencial a assumirem as suas responsabilidades, enquanto gestores do país.
Em conferência de imprensa realizada na sua sede em Bissau, Vitorino Indique exigiu a libertação imediata e incondicional de todos os ativistas detidos ontem e hoje, nomeadamente o analista da Rádio Bombolom, Augusto Nansambé, os promotores da manifestação pacífica deste sábado, incluindo o coordenador da Frente Popular, Armando Lona, detido pela forças de ordem e responsabilizou o Ministro do Interior e o Secretário de Estado da Ordem Pública pela violência física perpetrada contra os manifestantes.
O responsável da Rede dos Defensores dos Direitos Humanos exortou à comunidade internacional a articular e falar em voz única no sentido de condenar todas as formas de perseguição dos defensores dos direitos humanos e ativistas sociais na Guiné-Bissau.
A Rede encorajou os defensores e ativistas sociais a prosseguirem as suas ações cívicas, respeitando apenas a Constituição e as leis da República.
Por: Aguinado Ampa