A Frente Popular (FP) denunciou a detenção de cerca de três dezenas dos seus activistas em Gabu, em Buba e em Bissau, onde se encontra a maior parte dos detidos nas celas da Segunda Esquadra, junto das instalações do Ministério do Interior.
O movimento social que congrega várias sensibilidades da sociedade civil guineense realizou hoje, 18 de maio de 2024, numa manifestação pacífica, em Bissau e em diferentes localidades do interior da Guiné-Bissau, pela defesa da democracia e contra aquilo que chama “autoritarismo instalado nas instituições do Estado”.
“A FP mobilizou-se para a manifestação nacional de forma pacífica em diferentes localidades do país, na sequência da qual vários cidadãos e dirigentes do movimento foram arbitrariamente detidos, para além de lhes serem negados quaisquer contactos com familiares e/ou advogados” denunciou uma nota informativa consultada pelo O Democrata.
“Entre os cidadãos presos e submetidos à tortura física e psicológica, encontram-se Armando Lona (um dos coordenadores da organização), Mansata Mónica Silá (presidente da Associação Juvenil para a Promoção e Defesa dos Direitos Humanos), Beto Oliveira Lopes (Bastonário da Ordem dos Enfermeiros), entre outros activistas e dirigentes de organizações da sociedade civil reunidas na Frente Popular” revelou, lembrando que a realização desta manifestação nacional cumpriu todos os procedimentos impostos pela Lei de Manifestação e de Reunião, tendo sido informados o Ministério dos Transportes e Comunicações, a Câmara Municipal de Bissau e o Ministério do Interior, cujos serviços supostamente recusaram receber a missiva informativa da organização.
Por isso, a organização exige do Ministério do Interior e do governo de iniciativa presidencial a imediata e incondicional libertação de todos os activistas e cidadãos detidos em Bissau, Buba e Gabú, na sequência da manifestação nacional realizada hoje.
Alertou também a opinião pública nacional e internacional, todas as forças vivas da nação e as entidades representantes dos organismos internacionais sediados na Guiné-Bissau face à “alarmante degradação da democracia no país, por consequência de um regime ditatorial há mais de quatro anos instalado no poder”.
Por fim, a Frente Popular apela à resistência e mobilização do soberano povo da Guiné-Bissau pela defesa dos valores da liberdade, pelo seu direito de viver na paz e na dignidade e pela defesa da democracia enquanto alicerce para construir, ele mesmo, o seu progresso a todos os níveis.
“A FP reafirma a sua determinação de continuar o combate pelo resgate da República e da democracia, pela dignidade do povo guineense e contra a ditadura a ser consolidada na Guiné-Bissau” concluiu a nota.
Por: Tiago Seide