Após a sua libertação: LÍDER DA FRENTE POPULAR AFIRMA QUE A LUTA DESENCADEADA É PARA RESGATAR A GUINÉ-BISSAU

O líder da Frente Popular, Armando Lona, afirmou esta segunda-feira, 27 de maio de 2024, que a luta levada a cabo pela sua organização visa essencialmente resgatar a República da Guiné-Bissau para o bem de todos os seus filhos.

“Aos guineenses que vivem em diferentes aldeias da Guiné-Bissau e que estão a ouvir-nos, neste momento, queremos reafirmar-lhes que a nossa luta pacífica visa essencialmente o resgate da Guiné-Bissau. Vamos fazer uma luta pacífica, nem vamos pugnar pela violência e queremos dizer aos nossos irmãos que estão noutros lados e obrigados a viver noutros cantos do mundo com muita dor  pelo país, para terem a esperança que a Guiné-Bissau será libertada pelos seus próprios filhos”, disse o ativista, na sua primeira declaração aos jornalistas na porta do Ministério Público.  

O último grupo de nove ativistas e dirigentes da Frente Popular foram libertados hoje, depois de terem passado uma semana e dois dias nas celas da Segunda Esquadra, em Bissau. 

O Democrata soube que os detidos foram indiciados pelo crime de desobediência com base nas alegações do Ministério do Interior e da Ordem Pública. Depois da audição dos ativistas, o Ministério Público decidiu aplicar-lhes à medida de coação do termo de identidade e residência.  

Na sexta-feira passada, um juiz de instrução criminal do Tribunal Regional de Bissau ordenou a “libertação imediata” dos nove ativistas detidos desde sábado, 18 do mês em curso, após se manifestarem contra o regime.  

O ativista confirmou aos jornalistas que foram maltratados física e psicologicamente na prisão pelos agentes das forças de segurança, contudo asseguraram  estarem convictos que os agentes envolvidos no espancamento de ativistas tomaram consciência que não existe espaço para esta prática.

Acrescentou, neste particular, que o desafio da Guiné-Bissau é construir uma República forte com o ensino de qualidade, melhores serviços de saúde e de utilização racional dos seus recursos no sentido de ajudar os povos de outros países.

“Independentemente da nossa diferença e da religião que praticamos ou partidos políticos que pertencemos, nós temos orgulho que a República da Guiné-Bissau é que nos une. É por isso que o nosso lema é: República i anós – Somos nós a República! Realizamos marcha pacífica em nome desta república e não por nenhuma encomenda…”, esclareceu o ativista, afirmando que estão a fazer as suas partes, ou melhor, saldar a dívida para com a pátria.

Agradeceu e encorajou todos os ativistas que ousaram levantar-se naquele dia de manifestação, apelando-lhes a continuarem firmes nas suas posições de lutar pela liberdade.

“Queremos deixar uma mensagem para os guineenses que queriam sair à manifestação, mas se sentiram intimidados com a presença de polícia e aos próprios agentes da polícia que não existe alternativa à República. Temos uma luta em conjunto. O nosso país tem dois milhões de habitantes apenas. Portanto, não há espaço para dividir os guineenses, por isso levantamo-nos para resgatar a Guiné-Bissau”, disse.

Por sua vez, o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Bubacar Turé, disse que a sua organização congratulou-se com a decisão do Ministério Público, contudo afirmou que a Liga entende que não deveria haver estas audições, porque havia um despacho do juiz de instrução criminal que ordenou a libertação de todos os detidos desde a sexta-feira passada.

Por: Assana Sambú

Author: O DEMOCRATA

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