DIRIGENTES DO PAIGC AFIRMAM QUE A COMISSÃO PERMANENTE AUTORIZOU A ENTRADA NO GOVERNO DE INICIATIVA PRESIDENCIAL 

Os dirigentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) afirmaram que ingressaram no governo de iniciativa presidencial, porque a Comissão Permanente do partido autorizou a entrada dos seus dirigentes.

“A Comissão Permanente do partido autorizou para que os dirigentes fizessem parte do governo, por isso é que Geraldo Martins tomou posse”, disse Carlos Pinto Pereira, dirigente do partido libertador e que exerce a função do ministro dos Negócios Estrangeiros no executivo de iniciativa presidencial.

O jurista falava numa conferência de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira, 29 de maio de 2024, numa antiga sede de bairros do partido, juntamente com os outros altos dirigentes do partido e membros do Bureau Político e do Comité Central, Aly Hizaji (ministro da Função Pública)  e antigo secretário nacional do partido, Mário Muzante (ministro das Pescas), presidente da Comissão Política do SAB e José Carlos Esteves, que ocupa neste governo a pasta dos Transportes, das Telecomunicações e Economia Digital.

A conferência de imprensa visa essencialmente reagir às declarações proferidas pelo líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, que segundo estes dirigentes, tratou-lhes de ex-camaradas e também garantiu que haverá  punições para os dirigentes dos libertadores que fizeram parte do governo de iniciativa presidencial.

Pinto Pereira assegurou que os ministros do partido libertador no governo sustentam despesas do partido e inclusive alguns militantes, “caso contrário a maioria deles estaria em agonia”.

Por sua vez, o antigo secretário nacional do partido, Aly Hizaji disse que decidiram integrar no governo, “porque entendemos que a liberdade é algo fundamental num ser humano”.

Hijazi assegurou que não podem aceitar um julgamento sumário ao ponto de serem chamados de ex-camaradas, sabendo que continuam a ser militantes e dirigentes do PAIGC e dando a contribuição na medida das suas possibilidades.

“Integrei as fileiras do partido desde 1959, fiz oito anos no setor autónimo e 22 anos no secretariado nacional do partido. E mesmo assim não consegui ser nem figurar na lista principal dos candidatos a deputado e muito menos integrar um governo”, criticou, justificando que esta é a razão que o levou a integrar o governo de iniciativa presidencial.

Para o presidente da Comissão Política do Setor Autónomo de Bissau, Mário Musante, a democracia não é apenas alternância do poder, mas também “é um exercício de equilíbrio e ajustamento em função de circunstâncias, tolerância, diálogo e busca de consenso, porque nenhum país pode avançar com guerras permanentes”.

José Carlos Esteves, explicou por sua vez, que foram convidados a fazer parte do governo a semelhança daquilo que aconteceu com o ex-primeiro-ministro, Geraldo Martins.

“A comissão permanente votou para que dirigentes do partido integrassem o executivo de iniciativa presidencial, contudo houve protesto, mas o PAIGC é um partido democrático e a maioría decide, razão pela qual decidiram integrar o governo de iniciativa presidencial para contribuir no desenvolvimento do país, de maneira que só podem sair do partido no congresso e não pela decisão apens do presidente do PAIGC”, contou. 

Por. Aguinaldo Ampa

Author: O DEMOCRATA

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