O líder do projeto da candidatura Kabi24, Adilé Domingos Sebastião, anunciou que vai recorrer da decisão da Comissão Eleitoral da Federação de Futebol da Guiné-Bissau junto do Conselho de Recursos daquele órgão gestor do futebol no país.
Adilé Domingos Sebastião viu a sua lista chumbada este domingo, 09 de junho de 2024, por “irregularidades estatutárias” invocadas pela Comissão Eleitoral encarregue de organizar o congresso eletivo para a escolha do novo presidente da FFGB, marcado para o dia 29 deste mês em Bissau.
Solicitado pela Secção Desportiva do jornal O Democrata para reagir à exclusão da sua candidatura, o também empresário do futebol confirmou a receção da notificação, mesmo assim apelou à serenidade e confiança dos clubes, de atletas e das pessoas que apoiam a sua candidatura, na medida em que a Comissão Eleitoral “sabe que a razão está do lado deles” e que “a verdade acabará por prevalecer”.
“Vamos recorrer para o Conselho do recurso, é o próximo passado. Se não for feita a justiça, vamos para o Tribunal Arbitral de Justiça (Lausanne, Suíça), sem prejuízo da competente ação administrativa na FIFA.
“Vamos participar nestas eleições e vamos vencê-las”, afiançou Adilé Domingos Sebastião.
De entre os argumentos evocados para excluir a sua lista constam a falta de cumprimento de requisitos estatutários e porque a única associação [Associação de Medicina Desportiva] que suporta a sua lista, Kabi- 24, apenas subscreveu a lista “Nova Dinâmica de futebol nacional”, liderada pelo atual presidente da FFGB, Carlos Alberto Mendes Teixeira.
Adilé Sebastião afirmou que este argumento não corresponde à realidade, porque “o concurso de subscrição da Associação Medicina são dizeres jurídicos aparentes, não reais”.
“A Candidatura Kabi24 foi subscrita em punho na Embaixada da Guiné-Bissau em Lisboa, pelo Presidente da Associação com mandato até setembro deste ano. A do Sr. Carlos Alberto Mendes Teixeira foi subscrita pela vice-presidente da mesma Associação, igualmente funcionária da FFGB, como tal subordinada do presidente da Federação, em rebeldia às orientações expressas do presidente da Associação. Ademais, orientados pelo seu superior hierárquico, falsificaram documentos visando simular a realização de uma AG da dita Associação, depois de notificados da revogação expressa pelo presidente da Associação, de eventuais vinculações da Sra.Ângela Peti com qualquer outra candidatura”, argumentou, para de seguida referir que o despacho da comissão conhecido ontem abandonou a tese da Assembleia Geral e cingiu-se numa declaração de delegação de poderes de 2021, aquando da viagem do presidente da Associação por motivos de tratamento médico depois de ter sofrido um acidente de viação.
“Regressando meses depois, continuou a exercer as funções de presidente e quando voltou a sair a 28/05/22 não deixou nenhum poder. Portanto, estamos perante manobras da candidatura do Sr. Carlos Mendes Teixeira por instrumentalização de uma subordinada em claro conflito de interesses com o patrocínio da comissão eleitoral”, acusou.
Confirmou ter sido notificado pela Comissão Eleitoral para corrigir as “irregularidades detetadas”, antes da divulgação da lista definitiva, que respondeu “ultrapassando” as tais irregularidades apontadas.
Questionado se mantém a filiação partidária, o ex-membro do comité executivo da FFGB respondeu: “Quanto a mim é totalmente falso e junto prova. Acusaram a receção da minha declaração de renúncia ao partido PDD. É verdade que os três elementos da minha lista acima identificados não entregaram a dita declaração a tempo, mas recusaram-se a recebê-la no dia seguinte, fora do prazo, o que para nós constitui um excesso de zelo por não se tratar de um elemento não essencial e como tal passível de suprir a todo tempo. Aliás, nenhuma daquelas pessoas é filiada em partido político, nem exercem atividade política ativa”, indicou.
Em relação à subscrição dos Arados de Nhacra, Kabi, como também é conhecido, disse que é “outra falsidade que vem demonstrar a má-fé que orienta a comissão eleitoral”.
Por: Tiago Seide
