APU-PDGB ORDENA RETIRADA DOS SEUS DIRIGENTES NO GOVERNO DE RUI DUARTE BARROS 

A Assembleia de Povo Unido- Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) “retirou” este sábado, 15 de junho de 2024, a “confiança política” ao Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e em consequência ordenou a todos os seus militantes e dirigentes a demitirem-se das suas funções no atual governo da iniciativa presidencial, em “obediência e respeito aos estatutos do partido”. 

Através de uma declaração política, consultada pelo O Democrata, o partido liderado por Nuno Gomes Nabiam invocou a “gravidade da situação” de aumento galopante da circulação da droga no país, envolvendo os agentes de Estado, aliado aos atos “criminosos cometidos pelas milícias palacianas do Presidente da República contra cidadãos indefesos nas manifestações e demais abusos de autoridades”.  

“O modo arrogante, autoritário e imoral como o PR tem dirigido publicamente ao povo guineense sem respeito a dignidade da pessoa humana. O aumento galopante da corrupção nas instituições do Estado e a deterioração da situação social e económica em que se encontra o país, com elevadas preocupações para os setores da saúde e educação, bem como a insegurança alimentar generalizada” lê-se no documento.

O Partido que apoiou o atual Presidente da República nas eleições presidenciais de 2019 acusa Sissoco Embaló de “graves interferências” nos assuntos internos dos partidos políticos, nomeadamente no MADEM-G15, PRS, PAIGC e APU-PDGB, causando a “divisão, indisciplina, desordem e anarquia no seio desses partidos, através da corrupção e aliciamento político”.

A Assembleia do Povo Unido- Partido Democrático da Guiné-Bissau destacou ainda a situação dos cidadãos presos no caso 1 de fevereiro de 2022, sem julgamento e em condições “desumanas graves, provocando a morte violenta na prisão do jovem capitão de Fragata Papa Fanhe, caso ou circunstâncias ainda por esclarecer pelo Presidente da República, como único responsável moral e material desta triste vergonha nacional”.

APU, exige a celeridade da justiça dos militares e civis presos no caso 1 de fevereiro de 2022.

Em relação às eleições presidenciais no país, o partido lembrou ao chefe de Estado que o mandato dele terminará no dia 27 de fevereiro de 2025, data a partir da qual o novo Presidente da República eleito entrará em funções. 

“Por conseguinte, devem ser marcadas as eleições presidenciais antes do término do mandato presidencial do senhor Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, em fevereiro de 2025” avisou, tendo responsabilizado Embaló pelas futuras consequências, caso resista em não marcar as eleições para Novembro de 2024, “teimando na falsa consulta do constitucionalista português, Professor doutor Jorge Bacelar Gouveia”.

Por: Tiago Seide

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