A Associação Nacional dos Padeiros Tradicionais alertou que, se medidas urgentes não forem tomadas, o país poderá conhecer “uma profunda crise de pão”, devido à escassez, há muito tempo, de farinha no mercado nacional e desafia os ministros do Comércio e Indústria e dos Transportes, Telecomunicações e Economia digital a autorizarem a descarga do navio que transportou a farinha, mas que não pode fazê-lo, por não ter espaço para atracar.
“Temos um navio carregado de farinha do senhor Abdel de SOCOBIS, mas não tem como descarregá-lo, porque outros navios carregados de arroz estão atracados no porto. Desafiamos os ministros do Comércio e Indústria, dos Transportes, Telecomunicações e Economia Digital e o diretor geral da APGB a darem preferência para que este navio carregado de farinha possa atracar e descarregar o produto, para evitar o pior”, referiu Mamadu Camará, vice-presidente da organização.
Em conferência de imprensa realizada esta terça, 25 de junho de 2024, Mamadu Camará afirmou que o stock disponível neste momento não é suficiente para cobrir as demandas da população em todo o território nacional, porque “até ao momento temos algumas zonas do país que não têm acesso ao pão de consumo”.
“Neste momento, as crianças estão nos exames finais para encerrar o ano letivo. É preocupante se um dia não tivermos a capacidade de abastecer o mercado por falta de farinha. A dieta alimentar da maior parte das famílias guineenses, à noite, é o pão. Não posso imaginar ficar sem pão no mercado, num país como a Guiné-Bissau”, sublinhou.
Por sua vez, o presidente da Associação dos Padeiros Tradicionais, Braima Djaló, afirmou que a associação tem feito diligências junto do ministério do Comércio, através do diretor geral do comércio externo, que se encontra no exterior, e do gabinete do próprio ministro para encontrar saídas que levem à descarga do navio.
Braima Djaló assegurou que a Associação irá trabalhar seriamente para que o tamanho do pão seja aumentado, bem como no capítulo da higienização de fornos tradicionais, dos operadores e na comercialização deste produto, em colaboração com o Ministério da Saúde Pública.
“É urgente, sim. As pessoas que comercializam estes produtos devem ter materiais específicos para esse trabalho, nomeadamente facas, luvas ou sacos plásticos de menor tamanho para substituir as luvas”, indicou.
Por: Filomeno Sambú