O ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e das Comunidades, Carlos Pinto Pereira, anunciou esta terça-feira, 25 de junho de 2024 que o governo guineense vai iniciar amanhã, quarta-feira, 26 de junho, a realização de reuniões de várias comissões mistas para fazer o balanço da cooperação bilateral e tentar relançar relações com vários países, nomeadamente a Gâmbia, que começa amanhã, o Marrocos, no dia 10 de julho, o Gana e o Senegal mais tarde.
Carlos Pinto Pereira falava em conferência de imprensa do balanço da visita de Estado do Presidente Umaro Sissoco Embaló a Moçambique, decorrida entre 19 a 20 do mês em curso.
Carlos Pinto Pereira disse que a Guiné-Bissau pode beneficiar muito nas suas relações com países vizinhos e outros países como Marrocos, que sempre se disponibilizou a ajudar o país e a Coreia do Sul, que já prometeu cerca de mil bolsas de estudo para jovens guineenses.
Em relação a Moçambique, o chefe da diplomacia guineense informou que o país pode beneficiar nas áreas como educação, cajú, operações portuárias, na dragagem do porto de Bissau, em que este país pode ser útil, bem como na formação dos quadros da Polícia da Ordem Pública, da saúde pública e da administração pública.
“Na área de cooperação empresarial, julgamos que devemos começar a incentivar, quer os empresários guineenses, quer moçambicanos a estabelecerem parcerias nos setores do cajú e das pescas. Os dois países são grandes produtores do cajú, um na África Ocidental e outro na Austral. Há necessidade de trabalharmos em conjunto e melhorarmos a contribuição deste setor nas nossas economias”, enfatizou.
No plano de bolsas de estudo, Carlos Pinto Pereira disse que as intenções manifestadas neste sentido “terão uma execução imediata” e que em Moçambique, no Malawi e na Tanzânia já foram dadas ações concretas e há essa disponibilidade para que os jovens possam ser enviados para estes países.
“Vamos fazê-lo agora através do Ministério da Educação da Função Pública e será uma oportunidade para toda gente concorrer”, assegurou, desvalorizando as críticas da oposição moçambicana que foi crítica à visita do Presidente Umaro Sissoco Embaló e a sua receção na Assembleia da República e disse que “é perfeitamente normal que haja alguma oposição à visita de Sissoco Embaló”.
“O Presidente foi convidado a ir no quadro de uma visita de Estado, não se trata de um intruso. É a mais alta qualificação de uma visita que um chefe de Estado pode ter, nós apenas podíamos ter respondido com honra e satisfação a este convite, encarando com toda a naturalidade que algumas franjas da população, da sociedade civil e partidos políticos pudessem não estar de acordo”, indicou.
Questionado sobre o que a Guiné-Bissau ganhará com novas aberturas de o país cooperar com a Gâmbia e outros países, o chefe da diplomacia lembrou que o país já conseguiu resultados concretos no que concerne à livre circulação de pessoas e bens, porque “o país está no quadro da CEDEAO e da UEMOA e em processo de cooperação e de integração,” mas que são faseados e não andam com o ritmo que devia avançar, por causa das dificuldades que são criadas desnecessariamente.
“O exemplo que dei de camião, chegando à fronteira, às seis da tarde e que tem que ficar até ao dia seguinte. Imagine que esse camião chegue e passe na hora. Imagine que um camião em vez de levar cinco horas de despacho, um simples despacho de mercadorias, chega e faz em cinco minutos, como está a acontecer no porto de Maputo. São ganhos significativos, embora não possam ser medidos de imediato, mas o custo das operações baixa e se o custo das operações baixa, o preço do mercado melhora”, realçou.
Por: Filomeno Sambú/Aguinaldo Ampa
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