O Procurador da República, Bacar Biai, defendeu esta quarta-feira, 26 de junho de 2024, que o combate ao tráfico e ao consumo de drogas requer um trabalho maior na componente de prevenção como uma das melhores formas de combater o fenómeno de uso de drogas no país.
O Procurador-Geral da República falava por ocasião do Dia Mundial da luta contra a Droga que se celebra sob o lema: a evidência é clara: investir na prevenção, na qual enalteceu que o dia merece uma reflexão profunda sobre quais são as consequências do uso de drogas no país.
Bacar Biai alertou que consumir droga é o início de autodestruição e que prejudica a saúde, a estabilidade governativa e política do país.
“Na verdade, até as autoridades guineenses neste momento conhecem muitas drogas sintéticas, porque na classificação de drogas, há drogas orgânicas, semissintéticas e a drogassintéticas”, disse e admitiu que neste momento estão a circular várias drogas sintéticas.
O PGR reconheceu que o país não é produtor de drogas, mas “não é segredo que a Guiné-Bissau é uma placagiratória de tráfico de drogas”.
“Qualquer país de passagem de drogas, pouco a pouco acaba por se transformar em consumidor”.
Por sua vez, o Diretor Executivo do Observatório Guineense da Droga e da Toxicodependência, Abílio Có, reconheceu que a pobreza, a falta de oportunidades de emprego e a educação são fatores socioeconómicos que contribuem para o uso de drogas na sociedade guineense.
Abílio Có alertou que esses fatores são questões que devem ser enfrentadas para criar um ambiente onde os jovens possam prosperar sem recorrerem às drogas.
Segundo Abílio Có, as drogas ilícitas não só destroem vidas, mas também atingem o tecido social, impactando negativamente as comunidades, a economia, os sistemas de saúde e que as consequências de uso de substâncias vão muito para além do usuário individual, elas afetam famílias inteiras, prejudicam o desenvolvimento de jovens e sobrecarregam os serviços públicos.
Abílio Có defendeu que é fundamental que a sociedade civil, o governo e o setor privado trabalhem juntos, em uma coalizão robusta para criar um ambiente seguro e de apoio para todos, sem consumo de drogas.
“A luta contra droga exige compaixão e empatia. Os usuários de drogas não são criminosos, são indivíduos que necessitam de ajuda e apoio”, referiu e disse que é preciso promover políticas que priorizem a reabilitação e a reintegração social, em vez da punição e estigmatização.
Para o Diretor Geral da Prevenção e Promoção da Saúde, Armando Sifna, o consumo de droga continua a causar problemas graves a nível da sociedade guineense, entre os quais o transtorno mental, aumento de transmissão de doenças sexualmente transmissíveis como VIH/Sida aumento de violência física no seio das comunidades, assaltos a mão armada exclusão social, violência psicológica e aumento de criminalidade a nível da sociedade guineense.
Armando Sifna convidou todas as famílias e a comunidade guineense, em geral, a participarem ativamente na educação das crianças, o que contribuirá para evitar que as crianças adquiram mistérios da vida ligados ao consumo de drogas
“Os dados de usuários de drogas são preocupantes. Um estudo realizado na Guiné-Bissau sobre o consumo de drogas mostrou que a prevalência dos consumidores de droga se observa mais nas pessoas com faixa etária entre 15 a 19 anos de idade”, enfatizou.
Por: Carolina Djemé