Félix Blutna Nandungue, eleito na última semana como o presidente do Partido da Renovação Social, disse esta sexta-feira, 05 de julho de 2024, estar satisfeito com o despacho do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) que validou, na quinta-feira, ontem, a sua eleição.
“Estamos muito contentes porque entendemos por bem que o Supremo Tribunal de Justiça decidiu porque observou a legalidade de dois congressos do mesmo partido. Nós ficamos felizes com esta decisão”, notou.
Nandungue, eleito no sábado, 29 de junho de 2024, com 679 votos a favor, como Presidente do Partido da Renovação Social (PRS), naquele que foi o primeiro congresso extraordinário realizado por uma comissão transitória para a gestão do partido, uma comissão instituída por altos dirigentes Inconformados com a gestão do presidente interino do partido de milho e arroz, Fernando Dias da Costa.
O Supremo Tribunal de Justiça, por meio do seu despacho nº. 15/2024, autoriza a anotação de atos emanados no primeiro congresso extraordinário do PRS, requerido no dia 01 do mês em curso, que elegeu Félix Bulutna Nandungue, como presidente do Partido da Renovação Social.
O referido despacho tem três datas diferentes, nomeadamente 4 de março de 2024, 29 de julho de 2024 e 3 de julho de 2024.
Ainda o STJ no seu despacho n°. 8/2024, assinado pelo seu presidente interino, Lima António André, no qual aquela instância judicial indeferiu o pedido de anotação da “Resolução” do Congresso Extraordinário, de 28 de junho de 2024, requerida por ofício s/n de referência, com data de 1 de julho de 2024, assinado pelo Fernando Dias da Costa, “porque eivado de vício de inexistência, por inobservância de prescrições estatutárias e legais, bem como pela falta de legitimidade do signatário do requerimento em convocar e presidir os órgãos do Partido da Renovação Social convocados e reunidos”.
Em relação à questão de três datas diferentes registadas no despacho que validou a sua eleição, Nandungue disse que cabe ao Supremo Tribunal pronunciar-se sobre a situação de três datas diferentes no despacho.
Questionado se chegou a falar com o presidente interino, Fernando Dias da Costa, depois da validação da sua eleição, assegurou que na verdade até agora não falou com o presidente Fernando Dias, contudo se mostrou esperançado que dentro em breve falará com aquele alto dirigente do partido.
“Eu elegi o diálogo como a arma principal para unir os militantes e dirigentes dos renovadores, por isso é que vou ao encontro de diferentes membros do partido”, disse.
Sobre os acordos engajados pela antiga direção e também a carta conjunta assinada pelo fórum de salvação da democracia e a coligação PAI Terra Ranka na qual pediram a CEDEAO de acompanhar mais cerrado à ituação política guineense, explicou que o partido tem um fórum próprio que vai analisar os diferentes acordos assinados pela antiga direção.
Garantiu, neste particular, a abertura da sede principal do partido situada no bairro de Cundock, arredores de Bissau, dentro em breve.
Refira-se que os renovadores vivem neste momento a maior crise interna na sua história desde a sua criação há mais de 20 anos, que causou assim a divisão do partido fundado pelo falecido Presidente, Kumba Yalá. A crise levou à realização de dois congressos quase simultâneos, ou seja, na sexta-feira, 28 de junho, a direção liderada por Fernando Dias da Costa organizou o seu congresso extraordinário no espaço Paiã, em Bandim, no qual elegeram-no como presidente do partido. No sábado passado, altos dirigentes inconformados elegeram o deputado Félix Blutna Nandungue, também presidente do partido, no congresso extraordinário, realizado no ilhéu de Gardete, arredores do setor de Prábis, região de Biombo.
Por: Assana Sambú
