GUINÉ-BISSAU E MADAGÁSCAR ASSINAM ACORDO GERAL DE COOPERAÇÃO COM DESTAQUE PARA O SETOR DA DEFESA

O Governo da Guiné-Bissau e da República de Madagáscar rubricaram esta terça-feira, 30 de julho de 2024, um acordo geral de cooperação com destaque para o setor da defesa. Também assinaram um comunicado conjunto que estabelece, pela primeira vez, a relação diplomática entre os dois países.

O comunicado assinado permitirá, de acordo com as informações, lançar as bases para o estabelecimento do acordo de cooperação que não existia entre a Guiné-Bissau e o Madagáscar. As autoridades guineenses perspetivam explorar e aprofundar a relação de cooperação nos setores da defesa e saúde, dado que o Madagáscar tem uma academia militar mais antiga da África e no que concerne à saúde conta com uma experiência no domínio de investigação neste setor.   

O acordo de quadro geral da cooperação rubricado da parte guineense pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades, Carlos Pinto Pereira e pelo ministro malgache das forças armadas, General de Divisão, Sahivelo Lala Monja Delphin, foi no âmbito da visita de Estado do Presidente malgche, Andry Rajeolina, iniciada nesta segunda-feira e que termina no dia 31 do mês em curso, com o intuito de relançar as bases de cooperação entre os dois países.  

A assinatura do acordo foi antecedida de uma cerimónia da distinção do Presidente de Madagáscar, Andry Rajeolina, com a medalha Amílcar Cabral, a mais alta distinção do país, por sua iniciativa de abrir novas perspetivas de laços de amizade e cooperação entre os dois povos.   

PR MALGACHE:“ESTAMOS DISPONÍVEIS PARA FORMAR JOVENS E OFICIAIS MILITARES GUINEENSES”

O Presidente da República de Madagáscar, Andry Rajeolina, disse no seu discurso que a visita de Estado que iniciou hoje marca uma nova página na relação diplomática entre os dois países e que visa reforçar a relação de amizade e da cooperação, acrescentando que esta é a primeira vez que um chefe de Estado malgache efectua uma visita de Estado à Guiné-Bissau.

“Isso marca a nossa vontade mútua de avançar de mãos dadas, porque atualmente concerne aos desafios que o continente africano enfrenta e nós estamos aqui a trabalhar. É importante igualmente marcar a solidariedade, por isso sinto-me marcado com essa iniciativa e sinto-me honrado também com esta distinção que me tocou no fundo do meu coração”, disse, para de seguida, aproveitar a ocasião para convidar o chefe de Estado guineense para uma visita de Estado em Madagáscar, para que possam trabalhar no desenvolvimento das relações de cooperação.

O chefe de Estado malgache realçou os acordos assinados entre as partes em diferentes setores e particularmente a nível da defesa, que segundo a sua explicação, visa a formação de militares e dos oficiais militares na academia militar de Madagáscar.

“Estamos disponíveis para acolher os oficiais e jovens soldados para serem formados na nossa academia militar, portanto é o início de uma nova caminhada”, assegurou Andry Rajeolina, garantindo, neste particular que vai trabalhar no sentido de reforçar a relação de amizade e de cooperação entre a Guiné-Bissau e a Madagáscar. 

PR SISSOCO ANUNCIA PRESENÇA DE CHEFES DE ESTADO NO EVENTO DO CENTENÁRIO DE CABRAL

O Chefe de Estado guineense disse na sua declaração aos jornalistas, que a visita do seu homólogo malgche tem uma grande importância, dado que demonstra que a Guiné-Bissau tornou-se num país frequentável em relação aos anos transatos em que não era vista como um bom Estado no concerto das Nações.   

“Acordos assinados é um protocolo chapéu em todas as áreas da cooperação, porque Madagáscar tem muita experiência, sobretudo nas áreas de defesa e segurança, prova disso este país dispõe uma academia militar e de polícia mais antiga da África, onde passaram vários líderes militares africanos”, assegurou, para de seguida, revelar que no próximo ano o país vai receber vários quadros nacionais formados na área de eletrotecnia, agricultura, engenharia e medicina que vão renovar o país. 

O Presidente Embaló reafirmou que a política se faz dentro do país e não no estrangeiro “para falar mal da nação e do Presidente da República que a maioria do povo guineense elegeu democraticamente”.  

Sobre a celebração do centenário de Amílcar Cabral, Umaro Sissoco Embaló disse que o governo está a trabalhar arduamente para a celebração do centenário de pai da nacionalidade guineense e cabo-verdiana. Revelou ainda que foram formalizados convites para vários chefes de Estado, “porque Amílcar Cabral é uma pessoa que a sua data de nascimento merece ser celebrada na Guiné-Bissau e não nos outros países como Portugal, China ou Coreia, mas sim na sua terra natal, porque é líder número um dos guineenses”.  

Embaló aproveitou a ocasião para anunciar a realização de “Djumbai” com os jornalistas no próximo dia 05 de agosto, onde os profissionais de imprensa terão a oportunidade de lhe colocar questões sobre problemas do país, contudo advertiu que cada questão merecerá uma resposta adequada. 

Por: Aguinaldo Ampa

Author: O DEMOCRATA

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