PRESIDENTE SISSOCO ANUNCIA A REATIVAÇÃO DE TODAS AS PORTAGENS A PARTIR DESTA QUARTA-FEIRA

O Presidente da República anunciou que já deu instruções ao diretor executivo do Fundo Rodoviário para, a partir desta quarta-feira, 07 de agosto de 2024, reativar todas as portagens do país, alertando que apenas os carros identificados não vão pagar o Fundo Rodoviário, nomeadamente ambulâncias, viaturas dos paramilitares, etc.

“Quem tiver o seu carro privado, mesmo que seja um general, vai pagar. Já fi-lo publicamente, todos devem seguir a mesma conduta. Quem violar e for pego pela Polícia de Trânsito, pagará o Fundo Rodoviário e será multado”, avisou e disse que, apesar das exigências da Federação Nacional de Transportadores e Motoristas da Guiné-Bissau, todos devem seguir a mesma dinâmica, “pagar o Fundo e exigir melhores condições das estradas”.

Umaro Sissoco Embaló, que falava esta terça-feira, 06 de agosto de 2024, depois de ter pago o Fundo Rodoviária de cinco carros privados, disse   aos jornalistas que não se trata do “simbolismo nenhum” e que enquanto Presidente da República, sempre tem pago o Fundo Rodoviário das cinco viaturas pessoais que tem.

“Não são viaturas da Presidência da República e enquanto cidadão Umaro Sissoco Embaló não poderia fugir às regras e tinha que pagar. Se o cidadão Umaro Sissoco Embaló, Presidente da República, paga o Fundo Rodoviário ninguém, será uma exceção neste processo”, afirmou.

Segundo o Presidente da República, a Guiné-Bissau é o único país do mundo em que os proprietários de carros não pagam fundo ou fazem-no reclamando.

“Hoje em dia não há motivos para estarmos a reclamar problemas das estradas. Temos feito algumas melhorias pontuais, tanto em Bissau como no interior do país, requalificando as vias urbanas e a zona baixa da nossa cidade foi melhorada”, frisou e disse ter avisado ao diretor executivo do Fundo Rodoviário que a população tem que sentir as melhorias que estão a ser feitas nas estradas, porque “a população não pode estar a contribuir sem registar melhorias, não”.       

“Os carros que compramos e abastecemos de combustíveis a cada momento são mais caros do que pagar um ano do Fundo. Porque é que as pessoas não pagam o Fundo?”, questionou.

Na tertúlia com os jornalistas dos órgãos de comunicação social do país e estrangeiros, na segunda-feira, 05 de agosto, o chefe de Estado anunciou que depois de pagar o Fundo Rodoviário, pediria informações sobre a aplicação desse dinheiro.   

Questionado pela imprensa sobre as razões que terão levado à demissão de Fidélis Forbs do cargo de ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, Sissoco Embaló desdramatiza os fatos e disse que apenas na Guiné-Bissau é que se perde tanto tempo para conhecer motivos da demissão de um membro do governo.

“Apenas na Guiné-Bissau se pede explicações às autoridades quando um Presidente perde eleições e o Parlamento é dissolvido. Marcelo Rebelo Sousa fê-lo duas vezes em Portugal e não houve nada. Se o primeiro-ministro perder a confiança política num ou noutro ministro do seu governo, pode mandar substituí-lo e o Presidente apenas nomeia e exonera sob proposta do chefe de governo”, indicou.

O chefe de Estado não foi específico em responder quando foi questionado sobre os cinco membros em falta no governo de iniciativa presidencial liderado por Rui Duarte Barros depois de o partido da Renovação Social (PRS) de Fernando Dias da Costa  e  a Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), de Nuno Gomes Nabiam,ordenarem a retirada dos seus dirigentes do governo , mas assegurou que o chefe do governo já fez tratamento médico e que neste momento está em fase de convalescença, tendo assegurado que com o regresso de Rui Duarte Barros, o país terá novos membros do governo.

“O primeiro-ministro não é obrigado a comunicar todo o povo sobre o seu estado de saúde ou a sua vida privada. É nomeado e os ministros também. Essas figuras quando vão de férias ou tratar de assuntos privados deles não têm nenhuma obrigação de dar satisfação a ninguém, apenas a mim. Eu, sim, tenho essa obrigação porque fui eleito. O primeiro-ministro informou-me, por meio de uma carta, que iria fazer tratamento no estrangeiro e que indigitaria o ministro da Economia, Plano e Integração Regional, Soares Sambú, como chefe do governo em exercício para gerir os assuntos correntes e quem está a acompanhar a dinâmica da governação neste momento é o ministro da Economia”, disse.

“Com certeza, com o regresso do primeiro-ministro teremos novos membros do governo. Até porque já tem propostas. Temos estado em contacto permanente, portanto não há nenhuma distância. Pode fazer propostas de onde está, porque não é obrigado a estar presente na posse. Propor a exoneração de um membro do governo fora do país, não é um bicho de sete cabeças, mas cada um tem a sua interpretação própria”, assinalou.   

Por: Filomeno Sambú

Author: O DEMOCRATA

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *