Projeto “Media 4 Peace” da CEDEAO: JORNALISTAS FORMADOS EM MATÉRIA DE “JORNALISMO SENSÍVEL AOS CONFLITOS” E VERIFICAÇÃO DOS FACTOS

Cerca de duas dezenas de jornalistas de diferentes rádios comunitárias beneficiárias do Projeto “Media para a Paz” são formados em matérias de jornalismo sensível aos conflitos, de verificação dos factos, de promoção da igualdade do género, de desenvolvimento sustentável e de jornalismo de soluções à rádios.

A formação, que decorre numa das unidades hoteleiras de Bissau de 13 a 15 de agosto de 2024, está inserida no âmbito do Projeto “Media para a Paz” é executado no quadro do Fundo para a Estabilização Regional e Desenvolvimento nas regiões frágeis dos países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), designadamente, na Guiné-Bissau, no Togo e no Benin. 

A nível da Guiné-Bissau, as quatro regiões consideradas frágeis são: Bafatá, Gabú, Quínara e Bolama/Bijagós. As rádios comunitárias das regiões selecionadas candidataram-se com projetos de programas radiofónicos concernentes aos temas indicados, nomeadamente: Bafatá – Rádio Mulher e a Rádio Comunitária de Bafatá; Gabú – Rádio Leste FM; Bolama/Bijagós – Rádio Esperança de Bolama. 

A cerimónia de abertura do seminário serviu igualmente para o lançamento do projeto na Guiné-Bissau, e que foi antecedida pela apresentação em slide do resumo do projeto para permitir que as autoridades nacionais e responsáveis das organizações da media guineense presentes na sala conhecessem um pouco o objeto desta iniciativa.

Na sua declaração aos jornalistas, o coordenador do Projeto “Media 4 Peace”, Jérôme William Bationo, explicou que os profissionais de comunicação social dos órgãos beneficiários do projeto vão ser formados em matéria do desenvolvimento durável, da luta contra a desinformação, da promoção da coesão social e acima de tudo no que concernente a promoção das boas práticas existentes em diferentes países e também a nível comunitário.

Explicou ainda que no âmbito da implementação do projeto se perspectiva atingir o grupo das mulheres e jovens, tendo acrescentado que o projeto vai cingir-se na utilização das rádios comunitárias em diferentes regiões dos três países considerados frágeis. Afiançou que a nível da Guiné-Bissau é implementado em quatro regiões, designadamente: Bafatá, Gabú, Quínara e Bolama.

Avançou que as rádios comunitárias beneficiárias do projeto vão engajar-se na produção do conteúdos sobre temáticas referidos, bem como o projeto vai se concentrar na exploração das plataformas sociais e da tecnologia numérica para promover as atividades produzidas pelas rádios.

Relativamente aos temas ligados a questão do terrorismo que os jornalistas vão abordar durante o seminário e não obstante a Guiné-Bissau ainda não ter sido atingida por este flagelo, explicou que a essência do projeto é trabalhar na prevenção deste flagelo através dos programas de sensibilização das populações transmitidos pelas rádios.

“Este projeto está a trabalhar na prevenção e a prevenção evita que acontece algo desta natureza antes de encontramos as soluções, portanto é neste sentido que estamos a trabalhar em todos os países da CEDEAO”, disse, alertando que a ideia do projeto não é de lutar contra um flagelo existente, mas “de prevenir e não permitir que os jovens sejam levados pelas doutrinas dos extremismos violentos sem, no entanto, compreender os objetivos de uns e dos outros”.     

Humberto Monteiro, em representação da ministra da Comunicação Social, Maria Conceição Évora, presidiu à cerimónia da abertura do trabalho apelou ao maior envolvimento dos parceiros e projetos em torno das novas tecnologias e da desinformação para evitar as “fake News –  notícias falsas”.   

O Bastonário da Ordem dos Jornalistas defendeu na sua comunicação que o jornalismo de solução para a Guiné-Bissau deve ser visto como uma forma de resolver os problemas candentes do país. 

Por sua vez, o presidente da Rede Nacional de Associações das Rádios Comunitárias (RENARC), Demba Sanhá, afirmou que as rádios comunitárias têm produzido conteúdos com noções aprimoradas perante as comunidades.

Salienta-se que o projeto é apoiado pelo ministério Federal Alemão da Cooperação Económica e do Desenvolvimento, através da Agência Alemã para Cooperação Internacional (GIZ), cujo objetivo é prevenir o extremismo violento e promover a coesão social, a paz e o desenvolvimento entre os jovens e as mulheres, por meio de programas de sensibilização difundidos nos meios de comunicação social.

Por: Assana Sambú

Author: O DEMOCRATA

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