A Primeira vice-presidente do Movimento para a Alternância Democrática, Adja Satu Camará Pinto, afirmou que o espírito, a força e a determinação dos militantes e dirigentes do partido são mais importantes do que qualquer ambição ou interesse individual, apelando, neste particular, aos delegados a cumprirem na íntegra todas as recomendações que sairão daquela reunião magna, de formas a garantir a união e a coesão interna no MADEM para que o país possa encontrar a paz e a estabilidade.
Camará fez estas observações este sábado, 17 de agosto de 2024, na sua comunicação na cerimónia de abertura do primeiro congresso extraordinário dos inconformados do Madem-G15 que decorre de uma crise interna que o país vive depois das divergências registadas entre o Coordenador Nacional, Braima Camará, e o Presidente da República, Umaro Sissoco, figura que o Madem-G15 apoiou na sua corrida ao cargo do Presidente da República , bem como entre dirigentes aliados ao Sissoco Embaló.
A reunião magna extraordinária, que decorre sob o lema: “juntos para a renovação e a democratização do partido”, foi antecedida da reunião do Conselho Nacional, único órgão deliberativo mandatado a tomar grandes decisões para a realização de congressos, quer ordinários, quer extraordinários.
A reunião do Conselho Nacional foi marcada com a reintegração dos dirigentes que haviam sido suspensos pela direção superior do partido e dos 615 membros que compõem esse órgão, 423 tomaram parte, segundo a comissão de mandatos. A mesma comissão indicou que foram inscritos ao congresso extraordinário mil e trezentos e vinte e cinco delegados, o mesmo número registado no congresso ordinário.
No seu discurso de abertura dos trabalhos do congresso, Hadja Satu Camará Pinto lembrou aos delegados que a Guiné-Bissau faz parte do Concertos das Nações e das organizações regionais e sub-regionais e comunitárias, nomeadamente Organização das Nações Unidas( ONU), União Africana(UA), Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), União Económica Monetária Oeste Africana(UEMOA) e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa(CPLP), razão pela qual é importante trabalhar para a coesão interna e na mudança da imagem do país.
JUVENTUDE: “NÃO DEVEMOS VER-NOS COMO PEÇAS DESCARTÁVEIS OU INSTRUMENTOS DE LÍDERES POLÍTICOS”
No seu discurso, o presidente da juventude do Madem- G15, Carlos Sambú, chamou atenção da juventude do partido para os desafios que tem pela frente, alertando que jamais os jovens devem olhar para eles apenas como peças descartáveis ou meros instrumentos nas mãos dos líderes partidários.
“É imperativo que compreendamos que não somos apenas o futuro, mas o presente vivo, dotado de energia, criatividade e capacidade para assumirmos responsabilidades significativas tanto dentro do partido, quanto nas estruturas do governo”, insistiu.
“A nossa voz deve ser ouvida e a nossa força deve ser reconhecida, pois é com vigor da juventude que poderemos renovar e dinamizar as ações do partido”, determinou e defendeu que é importante trabalhar para a unidade, a ausência de conflitos.
“A grandeza de um partido não se mede pela inexistência de problemas, mas pela capacidade de superar as adversidades por meio de um diálogo construtivo e permanente. Precisamos evitar as querelas pessoais, críticas destrutivas nas redes sociais, nos corredores ou às escondidas. Essas atitudes apenas enfraquecem a nossa coesão interna e prejudicam a nossa imagem perante os adversários”, advertiu.
Defendeu que é fundamental que cada um tenha consciência de que “as nossas ações, tanto individuais, quanto coletivas”, refletem diretamente na força e na credibilidade do partido.
“Devemos, portanto, pautarmo-nos pelo respeito mútuo, pela lealdade aos valores e princípios que nos orientam e pela busca constante de consensos que reforcem a nossa união e nos permitam enfrentar, de forma coesa e eficaz, os desafios que estão por vir”, indicou.
“Estamos aqui para construir juntos um partido mais forte, mais unido e mais capaz de atender às demandas da sociedade. A responsabilidade é de todos nós, e o momento é agora. Não podemos adiar para o futuro as decisões que precisam ser tomadas no presente. A juventude tem um papel decisivo nesse processo e deve estar preparada para assumir o protagonismo que lhe é devido”, lembrou.
Por: Filomeno Sambú