BRAIMA CAMARÁ ACUSA HADJA SATU CAMARÁ DE LIDERAR GOLPE CONTRA O ESTATUTO DO MADEM

O Coordenador Nacional do Movimento para Alternância Democrática – Grupo 15 (MADEM-G 15), Braima Camará, denunciou o “abuso e a ditadura” do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, de orientar Hadja Satu Camará para liderar uma guerrilha e golpe contra os estatutos e roubar-lhe o partido.

“A camarada que pensávamos que seria uma mãe que uniria os filhos e se houvesse  problemas buscaria forças para reconciliar as partes. E que na ausência do entendimento interno em que as pessoas insistentemente estivessem a desrespeitar os estatutos e a Constituição, a única coisa que a Hadja Satu Camará deveria fazer era ir sentar-se na sua casa e não liderar uma guerrilha e fazer o golpe contra os estatutos do partido a fim de apoderar-se do MADEM-G 15”, criticou o político na sua comunicação no final de uma reunião da Comissão Política realizada na tarde desta quinta-feira, 22 de agosto de 2024, com o propósito de analisar a resolução do Conselho Nacional e agendar o congresso extraordinário.

A comissão política agendou o primeiro congresso extraordinário do MADEM liderado por Braima Camará para os dias 7 e 8 do próximo mês de setembro, sob o lema: “Reforçar a unidade e a coesão do partido na defesa dos estatutos e da democracia interna”. O primeiro congresso extraordinário vai contar com a presença de 2115 delegados, que é o número dos delegados convocados no último congresso ordinário realizado em novembro de 2022.

“QUANDO POSICIONAMOS NUM LADO, É DE LÁ QUE VAI SAIR O PRIMEIRO-MINISTRO E O PRESIDENTE DA REPÚBLICA”

“Quero deixar uma mensagem à comunidade nacional e internacional sobre o abuso e ditadura do Presidente Umaro Sissoco Embaló, coadjuvado pela Hadja Satu Camará, Soares Sambú, Marciano Silva Barbeiro, Aristides Ocante da Silva e Domenico Oliveira Sanca,

Montaram uma guerrilha para pôr em causa as conquistas políticas dos militantes do MADEM. Estes camaradas estavam todos em dependência e colaboração direta com o coordenador nacional, como é que se afirma que existe problema no MADEM? Onde está o problema?”, questionou o líder do MADEM.

Braima Camará disse que não ficou surpreendido com o comportamento dos altos dirigentes e até dos seus vice-coordenadores, “porque não foi a primeira vez, mas também não foi por falta de aconselhamento sobre o comportamento dessas pessoas”.

“O Presidente Umaro Sissoco Embaló afirma que tem o poder e força e que vai me roubar o partido para entregar a Hadja Satu Camará, porque tem poder. Mas Deus tem o poder absoluto…”, assegurou, acrescentando que a direção que dirige tem planos A, B e C para fazer sobreviver o MADEM em quaisquer que sejam as eleições convocadas.

Camará assegurou que os altos dirigentes inconformados pensaram que decapitaram o partido, “mas não perceberam que decapitaram as suas cabeças”.

O Coordenador Nacional advertiu que aguarda a notificação do juiz sobre a realização do congresso extraordinário dos inconformados do MADEM, frisando que mesmo estando no exterior despachava sempre com o secretário nacional do partido.

“Não morri. Estou de pé de corpo e alma. Mesmo estando fora, despachava com o Abel da Silva todos os dias. Numa das entrevistas, Sissoco afirmou que trabalha com o Rui Barros toda a hora e com a internet se consegue fazer o despacho. Porque é que isto é válido para ele, mas não é válido para o coordenador nacional do MADEM? Sissoco pensa que vai nos humilhar, mas vai humilhar-se a si mesmo”, disse, lembrando que quando o Umaro Sissoco Embaló, foi acusado de orquestrar o golpe contra o então Presidente da República, José Mário Vaz, fui buscá-lo do Senegal e saiu do aeroporto diretamente para a casa dele.

“Coloquei a disposição de Umaro Sissoco Embaló, o meu hotel, os meus recursos, o capital político, a minha família e dos meus amigos. Só Deus sabe que coloquei toda a minha influência e os meus recursos para que Umaro Sissoco Embaló pudesse ser eleito o Presidente da República da Guiné-Bissau, acredito que Deus fará a justiça, entre mim e ele”, contou.

Braima Camará mostrou-se confiante na sua equipa, anunciado que nas próximas legislativas a sua direção vai fazer alianças, acordos e assumir compromissos que lhes garantam ganhar as eleições com a maioria absoluta.

O político diz que não pode temer nenhum elemento deste regime, alertando “tudo o que querem, nós estamos dispostos a seguir-lhes. Não tenho arma e nem força, mas tenho o povo ao meu lado, porque tenho credibilidade”.   

“O povo guineense não é burro e nem está a dormir. O povo vai pôr fim a esta ditadura nas urnas”, advertiu o coordenador nacional, para em seguida, alertar que na política não tem “amigos permanentes, mas também não tem inimigos permanentes”.

“Se quiser colocar a minha dignidade em causa, vou te mostrar que eu nasci aqui. Vou te mostrar que as minhas conquistas na Guiné-Bissau são muito antes de entrar na política”, disse, afirmando que do lado em que se posicionou é que vai sair o primeiro-ministro, o Presidente da República e o presidente da Assembleia Nacional Popular.

Por: Assana Sambú

Author: O DEMOCRATA

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