APU-PDGB ALERTA QUE NÃO HAVERÁ ELEIÇÕES NO PAÍS SE A RECEÇÃO AO SEU LÍDER FOR INTERROMPIDA

A direção Superior da Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) alertou que a receção do presidente desta formação política, Nuno Gomes Nabiam, anunciada para a próxima sexta-feira, 30 de agosto deste ano, se for interrompida não haverá eleições no país.

O político apelou, neste particular, aos militantes e aos simpatizantes dessa formação política representada na Assembleia Nacional Popular, na XIª legislatura, a saírem em massa para receber Nuno Gomes Nabiam, para “limpar caras e as dúvidas desses aventureiros políticos”.

“Quero que todos os cidadãos, militantes e simpatizantes se mobilizem para receber Nuno Nabiam. Ninguém será beliscado. José Carlos afirmou que haverá muitos cadáveres e serão levados ao funeral.  O primeiro cadáver que será levado ao funeral é de José Carlos Macedo Monteiro. Não será necessário mobilizar muitas pessoas, apenas quatro”, disse, tendo alertado às autoridades que qualquer provocação terá a sua resposta, porque” o caso de 17 de outubro não terá lugar mais na Guiné-Bissau e essa situação poderá terminar no próprio Ministério do Interior”.  

A posição do partido foi tornada pública esta quarta-feira, 28 de agosto de 2024, pelo Secretário Nacional da APU-PDGC, Agostinho da Costa, em conferência de imprensa realizada na sede do partido, em Bissau, na qual reafirmou a receção do seu líder, Nuno Gomes Nabiam, que se encontra atualmente no estrangeiro.

Desafiou todos os envolvidos nesta investida de boicotar a receção de Nuno Nabiam a estarem presentes para sentir as consequências da sua atitude de provocação, numa clara alusão ao Presidente da República que, segundo as informações, deverá viajar nas próximas horas.  

Questionou se algum momento  um despacho de “um analfabeto” pode substituir uma lei e desafiou o atual Secretário de Estado da Ordem Pública a impedir a receção ao líder da APU-PDGB, Nuno Gomes Nabiam, tendo revelado que ele [ Agostinho da Costa] e mais um elemento do partido, que cuja identidade não revelou, monitorizaram José Carlos Macedo Monteiro da sua residência até ao Ministério do Interior para acompanhar as suas investidas contra a receção ao líder da Assembleia do Povo Unido- Partido Democrático da Guiné-Bissau.   

“Ele [José Carlos Macedo Monteiro], o seu ministro e o Presidente da República frequentaram a escola? A Guiné-Bissau nunca conseguirá andar, por causa dos analfabetos que inundaram o aparelho do Estado e a nossa administração pública”, disse, lembrando que, de acordo com a Lei Eleitoral, para a eleição do Presidente da República e deputados da nação, no seu  artº 3, as eleições são anunciadas 90 dias antes, razão pela qual ninguém deve ser impedido de realizar uma manifestação pública, uma vez que o país está a 84 dias de ida às urnas no dia 24 de novembro.

“Estamos ou não na pré-campanha eleitoral? Porque é que Botche Candé fez comício no Bairro Militar, em Pitche, em Mansoa? Será que é a única pessoa a quem a lei reserva esse direito? Avisamos o seu mandante, Sissoco Embaló, que não permitiremos manobras dilatórias para confundir a nossa agenda política. A nossa convicção é defender os interesses deste povo. Se Umaro Sissoco Embaló não tem essa visão, que não transforme o Estado num instrumento de realizar seus negócios de aferista”, exortou, lembrando que um Estado nãoé dirigido com políticas de traição e corrupção.       

Perante a vacatura no Supremo Tribunal de Justiça deixada na sequência do pedido de renúncia apresentado por pelo juiz Conselheiro, José Pedro Sambú, a   APU-PDGB exigiu do Presidente da República a reposição imediata e incondicional dos juízes do Supremo Tribunal de Justiça que foram suspensos das suas funções.

Denunciou a corrupção na liderança do atual regime e desafiou qualquer um que tenha informações do seu envolvimento em atos de corrupção e de ter sido aliciado que as divulgue publicamente e acusou o chefe de Estado de dividir os partidos políticos que vivem momentos conturbados na história democrática da Guiné-Bissau.

“O presidente da República orquestrou todos os planos. Dividiu o PRS e o MADEM-G 15 e quer dividir a APU-PDGB e o PAIGC. O pior divisionista e tribalista na Guiné-Bissau é Umaro Sissoco Embaló”, acusou.

“Nuno Nabiam não se compara como o José Carlos Macedo Monteiro em nenhuma circunstância. Prova disso, foi convidado especial para participar na Conferência sobre o Desenvolvimento da África. Onde estava José Carlos e o seu mandante? Aliás, era impossível participar com apenas nona classe de escolaridade, num encontro em que a língua de trabalho era o inglês”, ironizou e disse que o Presidente Sissoco fez mais de trezentas viagens, mais não apresentou nada a ninguém lá fora e nem sequer trouxe um único projeto para o país.

O dirigente da APU-PDG afirmou que o país não tem condições para acolher a Cimeira da CPLP, por ter um Presidente que viola todos os princípios de convivência internacional e as leis internas que a Constituição da República protege, com ações desmedidas e está presente em tudo que é a vida pública do país.

“Não é uma solução democrática. Quem mandou prender juízes do Tribunal Superior Militar por tomarem uma decisão, obediência a lei e a sua consciência? Quem prendeu militares sem culpa formada   e assaltou o Supremo Tribunal de Justiça? Digam-me que condições jurídicas este país reúne com Sissoco Embaló para acolher a cimeira e a Presidência da CPLP?”, questionou, para de seguida afirmar que “ é uma desonra fazer a cimeira do meio destas atrocidades todas”.  

Por: Filomeno Sambú

Author: O DEMOCRATA

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