EX-PM DENUNCIA A VENDA DE ARMAS DO PALÁCIO DA REPÚBLICA NO MERCADO DE BANDIM

O líder da Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) igualmente Coordenador de Fórum para Salvação da Democracia, Nuno Gomes Nabiam, denunciou esta quinta-feira 05 de setembro de 2024, que armas que estariam estocadas no Palácio da República estão a ser vendidas no mercado de Bandim a um preço que oscila entre   250 a 300 mil francos CFA.

“Essa atitude, esse comportamento é um perigo para a sociedade guineense”, tendo alertado de seguida que em todos os cantos do mundo as armas são controladas para evitar consequências na sociedade.

“Na Guiné-Bissau, não é o caso. Devido à falta de responsabilidade do atual chefe de Estado, o país está a caminhar mal para um caos”, sublinhou, para de seguida exortar às chefias militares a estarem atentas e a acompanharem a eventual situação da venda de armas no país, com o objetivo de angariar dinheiro para as eleições que se avizinham.

Nuno Gomes Nabiam falava durante a transição da coordenação rotativa do Fórum para Salvação da Democracia na Guiné-Bissau, que hoje realizou a segunda cimeira dos líderes num dos hotéis de capital Bissau, na qual Braima Camará, coordenador cessante passou a vez ao Nuno Gomes Nabian, que é quem passa a coordenar essa instituição política.

O Fórum para Salvação da Democracia na Guiné-Bissau integra o Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G 15)  e a “Aliança Kumba Lanta” (Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau e o Partido da Renovação Social liderado por Fernando Dias da Costa ).  

Gomes Nabiam disse que a Guiné-Bissau está a caminhar de  mal a pior sob a responsabilidade de uma única pessoa, o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, um homem que perdeu virtudes e está a pensar como pode voltar a ser  Presidente de todos os guineenses. Os líderes da APU-PGDB, do MADEM G-1 e do  PRS, bem como os respetivos militantes devem estar vigilantes para que essa intenção não se concretize,  porque ”o segundo mandato de Sissoco Embaló é um assunto fora de questão”.

O ex-primeiro-ministro sublinhou que Umaro Sissoco Embaló dividiu a família e a sociedade guineense por completo, devido a sua forma de agir no poder, fazer etnias falarem mal umas das outras, algo que os guineenses não devem admitir que aconteça.

“Há muitos anos diferentes etnias conviveram no mesmo território, e hoje Umaro Sissoco Embaló quer estragar essa convivência, porque tem poder e dinheiro para comprar consciência das pessoas. Sissoco não pode ser o homem mais poderoso na Guiné-Bissau. Se continuar, os líderes das formações políticas com os seus militantes vão às ruas, numa manifestação popular exigir o respeito aos princípios democráticos na Guiné-Bissau”, advertiu.

Por seu lado, o Coordenador do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM G-15), Braima Camará, disse que o ato demonstrado na segunda cimeira dos líderes do Fórum para Salvação da Democracia serve de exemplo para o Chefe de estado, Umaro Sissoco Embaló, compreender claramente que eles são produtos de liberdade e da democracia, porque é um fórum aberto que veio para estancar o abuso de poder, violência e violação da lei quadro dos partidos políticos e a injustiça na Guiné-Bissau.

O dirigente político reconheceu que nenhuma força política sozinha poderá resolver o problema da paz, da estabilidade e  da justiça no país, razão pela qual decidiram criar aquele espaço de união para fazer face à atual situação que está ser vivida na Guiné-Bissau.

“Quero enviar uma mensagem clara à Hadja Satu Camará que me  enviou uma carta tratando-me de ex-coordenador do Movimento para Alternância Democrática, com a data de 04 de agosto, antes da realização do dito congresso extraordinário, isso quer dizer que o golpe de assumir a liderança do partido foi cozinhado há vários tempos”, frisou, lembrando que a carta determinou 48 horas para  a direção superior do partido  entregar a sede principal e património daquela formação política.

“Os militantes  fiéis à direção superior podem ficar tranquilos, porque em nenhum momento entregaremos a sede e muito menos património, que  pertencente ao hotel Malaika e se querem podem assassinar-nos dentro da sede”, vincou.

Para o líder do Partido da Renovação Social (PRS), Fernando Dias da Costa, o principal responsável do fator da instabilidade na Guiné-Bissau chama-se Lima André, vice-presidente do Supremo Tribunal de Justiça, “usurpador do poder e violador da Constituição da República, estatutos dos partidos políticos”.

Para Dias Costa, suspender juízes pelo fato de decidirem de acordo com a lei e a sua consciência, fazer anotações com o objetivo de agradar o Presidente da República, Umaro Sissoco Embal para garantir a sua reforma, não deveria ter sido essa a postura de Lima André, porque” não é possível num estado de direito democrático, o juiz conselheiro Lima André criar instabilidade política, levando o país a situação difícil”.

Afirmou que o povo guineense tem confiança na comunidade internacional, contudo criticou o silêncio da comunidade internacional, perante “as atrocidades, violações das leis do país [a Constituição da República] e da lei quadro dos partidos políticos.

Por: Aguinaldo Ampa

Foto: A.A

Author: O DEMOCRATA

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