LÍDER DO PUN AFIRMA QUE A GUINÉ-BISSAU ESTÁ NO EPICENTRO DA CRISE POLÍTICA E SUFOCA O POVO GUINEENSE 

O líder do Partido da Unidade Nacional (PUN), Idriça Djaló, afirmou esta terça-feira, 10 de setembro de 2024, que a Guiné-Bissau está no epicentro da crise política que está a sufocar a população guineense e que “os únicos beneficiários deste sistema criminoso reinante no país são os atores políticos”.

“O fenómeno que se assiste neste momento é único nos anais históricos do país. Todas as instituições nacionais foram fragilizadas. Estamos a falar do Supremo Tribunal de Justiça, da Comissão Nacional de Eleições, entre outras. Quando um país chega a este nível é grave e os partidos políticos, como um prédio mal construído, estão também a desmoronar-se a cada dia”, frisou.     

Em conferencia de imprensa realizada em Bissau, Idrissa Djaló disse que as peças que as lideranças políticas colocaram em 2020, após eleições presidenciais, mostravam sem dúvida o caminho que hoje o país está a andar e que se não forem tomadas medidas acertadas a Guiné-Bissau entrará no abismo total.

Segundo Idriça Djaló, a ilegalidade iniciou quando o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) aceitou o pedido de contestação dos resultados eleitorais do candidato do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), fora da lei.

Criticou o fato de o candidato declarado vencedor não ter tido paciência de esperar pelo Supremo Tribunal de Justiça   e decidiu unilateralmente tomar posse.

Para o político, o mais grave é a atitude dos aliados do atual chefe de Estado, nomeadamente Braima Camará (coordenador Nacional do Madem-G 15), Nuno Gomes Nabian (presidente da APU-PGB) e falecido Alberto Nambeia (ex-presidente do PRS), que condicionaram Sissoco Embaló a cometer crime de subversão a ordem constitucional, derrubando o governo liderado por Aristides Gomes e entregando o poder aos partidos que não ganharam as eleições, cujo executivo viria a ser dirigido por Nuno Gomes Nabian.

O líder do PUN assinalou que o cancro de corrupção nascido dos grandes partidos políticos do país, através de “uma rede criminosa instalada na Guiné-Bissau”, está a penetrar o povo guineense, baixando-lhe até ao nível zero, devido à compra de consciência feita no momento de campanha eleitoral, com dinheiro “saqueado no tesouro público”, que deveria servir para financiar o setor agrícola e outros setores importantes para o desenvolvimento do país.

Idriça Djaló advertiu que a formação política que lidera não vai participar nas eleições legislativas marcadas para 24 de novembro próximo, porque “o escrutínio não resolverá os problemas e o sistema instalado no país”.

Acrescentou que, para além de não participar, fará tudo para que os cidadãos guineenses não tomem parte no processo eleitoral.

“O nosso partido vai mobilizar todos os filhos da Guiné-Bissau para um debate nacional que traga soluções definitivas para os problemas que o país está a viver há vários anos”.

Por: Aguinaldo Ampa

Foto: A.A

Author: O DEMOCRATA

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