O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, reafirmou que todos os implicados no caso de seis bilhões de francos CFA serão julgados e condenados pelos atos que cometeram, porque “o Estado não é um lugar de se enriquecer”.
“As entidades judiciais devem fazer o seu trabalho e responsabilizar os
implicados”, desafiou.
Umaro Sissoco Embaló, que falava esta terça-feira , 17 de setembro, à margem da visita que efectuou ao Ministério do Interior, disse que existem “políticos marginais” na Guiné-Bissau, que têm ‘filhos e mulheres presos”, por causa de má condutas na sociedade guineense.
“Esses políticos não têm moral para falar sobre a droga apreendida no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira”, afirmou.
Umaro Sissoco Embaló foi crítico à atuação das forças de segurança na Guiné -Bissau e advertiu que a missão do Ministério do Interior é dar proteção e garantir a segurança a todos cidadãos que vivem no país.
O chefe de Estado criticou o fato dessa missão ter sido ignorada e ter havido constantes denúncias e queixas sobre a má atuação das forças de segurança e agentes policiais.
“Infelizmente, não tem sido o caso. Aliás, essa prisma não tem sido observado. Tem havido constantes denúncias e queixas sobre a má atuação dos agentes policiais junto dos cidadãos”, precisou.
O Presidente da República reuniu diferentes estruturas que fazem parte daquela instituição e desferiu críticas sobre a sua atuação, lembrou-lhes que o papel de um agente policial é proteger cidadãos e não amedrontar ou espancar como tem acontecido em todo o território nacional.
Sissoco Embaló fez a questão de fazer referência aos acontecimentos que ocorreram na celebração do centenário de Amílcar Cabral em que alguns cidadãos foram proibidas de depositar coroas de flores na praça Titina Sila, em Bissau.
“O Ministério do Interior é uma das mais importantes instituições do país, sendo assim deve assumir a sua responsabilidade em termos de garantia de segurança e a manutenção da ordem pública”, frisou.
O Chefe de Estado assegurou que a única instrução que deu de proibição foi a de entrada de pessoas estranhas ou formações políticas no Estado Maior General das Forças Armadas para depositar coroas de flores na Campa dos combatentes no Mausoléu de Amura, porque “é uma reserva para o país”.
Acrescentou que tomou essa decisão, porque “é um lugar que deve ser reservado e protegido para permitir que, quando recebe visitas de chefes de Estado, poder levá-los com todo respeito como acontece nos outros países do mundo’.
Umaro Sissoco Embaló lamentou a forma como os polícias de trânsito estão a comportar-se nas vias públicas, criando diferentes grupos nas principais avenidas para controlar a circulação dos motoristas.
“Do Aeroporto à Chapa de Bissau um motorista chega a ser parado mais de dez vezes para mostrar documentos. Se tiver documentos incompletos é multado, mas o dinheiro não entra nos cofres do Estado. Essa prática não pode continuar. O mais grave é que fazem essa prática até com antigos governantes que passaram como primeiro-ministros. Essa atitude não está a dignificar o Ministério do Interior e o Estado guineense em geral”, criticou.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A