O presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB), Carlos Mendes Teixeira “Caíto”, afirmou hoje que não existe notificação judicial contra a sua pessoa no âmbito da última eleição no órgão, que o levasse a delegar os poderes ao primeiro vice-presidente do organismo, Rivaldo Cá, através de um despacho tornado público no passado dia 13 de setembro de 2024 na página oficial da FFGB.
Contudo, Mendes Teixeira tranquilizou os seus pares dentro da estrutura federativa que são falsas estas informações, por não existir nenhum processo de anulação do último Congresso Ordinário do organismo, onde foi reeleito presidente da FFGB.
“Como as pessoas estão a dizer que eu vou sair na federação por causa do processo, existe notificação judicial, mas está mais do que evidente que essas informações são falsas, mentiras e são falsas calúnias, não existe nenhum processo de anulação das eleições da federação e penso que já está claro”, disse.
“Eu tenho um hábito de gerir a liderança do órgão de forma partilhada. Se voltarmos atrás vamos ver na altura que o Hussein Farah era vice-presidente da FFGB para área financeira, fiz um despacho onde lhe entreguei aassinatura obrigatória das contas da federação, por isso, acho que este despacho é muito normal, porque não foi feito por outra entidade, como a FIFA que poderia dizer que é uma coisa vinculativa”, explicou Mendes Teixeira.
O líder federativo falava numa conferência de imprensa nas instalações da instituição que gere o futebol nacional, com opropósito de abordar vários assuntos ligados ao ultimo Congresso Ordinário da FFGB, com destaque para a queixa apresentada por Adilé Sebastião “Cabi”, junto do Tribunal Arbitral do Desporto de Lausanne, na Suíça, devido a forma que está ser dirigido o órgão.
Segundo explicação de Teixeira, o primeiro vice-presidente do organismo não precisa do referido despacho no sentido de exercer a sua função, uma vez que é substituto direto do presidente do órgão.
Embora desvalorizasse o debate público sobre o assunto, Caíto Teixeira, como é conhecido o presidente da FFGB, voltou a referir que gosta de uma liderança partilhada com todos os seus pares, ou seja, os vice-presidentes do órgão, mencionando neste caso o vice-presidente responsável pelas seleções, Celestino Gonçalves “Tinex”.
Apesar deste despacho respeitar os estatutos da FFGB no seu artigo 41, no ponto 6, o assunto tem gerado polémica e debate no seio da sociedade guineense, uma vez que no documento, Teixeira não justifica os motivos que levaram a delegar poderes ao primeiro vice-presidente do órgão.
Rivaldo Cá, que é advogado de profissão, foi diretor jurídico da FFGB no primeiro mandato de Carlos Mendes Teixeira, é tido como pessoa de confiança do atual presidente do órgão.
Formado pela Faculdade de Direito de Bissau, Cá tem desencadeado várias defesas aos ataques que Teixeira tem recebido dos seus críticos sobre a gestão do organismo, principalmente no que diz respeito às contas financeiras da instituição federativa nacional.
Por: Alison Cabral