O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, pediu esta quarta-feira, 25 de setembro de 2024, a reforma da arquitetura financeira internacional que considera ser fundamental, para promover maior inclusão, nomeadamente da África, tendo em conta o papel e a contribuição do continente africano na economia mundial.
“Oito décadas depois da fundação da ONU em 1945, vivemos hoje num contexto mundial totalmente diferente. Continuamos a apelar para a reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas que deve ter em conta os interesses da África, nos termos do Consenso de Ezulwini e da Declaração de Sirte dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana”, exortou o chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, durante o seu discurso na 79ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, nos Estados Unidos de América.
Embaló alertou no seu discurso que o mundo está confrontado com graves desafios, pelo que assegurou que a “obrigação de cumprimos os princípios e as promessas da Carta das Nações Unidas pesa sobre os ombros de cada um de nós”.
“Assistimos a guerras devastadoras, ao agravamento de tensões regionais e outras graves ameaças à paz e segurança internacionais. Centenas de milhões de pessoas continuam a viver na extrema pobreza, privados de meios básicos de subsistência, sem esperança num futuro melhor, sem dignidade humana”, disse, avançando que tornou-se mais urgente ainda implementar reformas na governação global- económica e financeira, para torná-la mais justa, inclusiva e equitativa.
“Só assim será possível articular respostas adequadas aos desafios que a humanidade enfrenta”, enfatizou, acrescentando que é preciso lutar de maneira mais eficiente contra a pobreza e a exclusão social através de ações concretas, nomeadamente, pelo financiamento dos programas de desenvolvimento, pela redução das desigualdades, pela proteção do meio ambiente e pela mitigação dos efeitos das alterações climáticas.
O chefe de Estado assegurou ainda que na qualidade do membro do Grupo de Trabalho Global sobre a Proteção Social para Nutrição, Capital Humano e Desenvolvimento Econômico Local do Grupo dos Sete Mais (G7+), prometeu trabalhar juntos com outros distintos membros do Grupo, com vista, a erradicação da fome e a realização progressiva de todos os outros Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Relativamente à situação da Guiné-Bissau, Embaló disse estar empenhado na promoção do diálogo, da reconciliação nacional, da consolidação da democracia e do Estado de Direito, bem como no desenvolvimento sustentável do pais.
“Apesar do impacto negativo da difícil situação económica e financeira mundial, a economia guineense continua a crescer como resultado de políticas públicas acertadas. A prática de prestação de contas tem garantido uma maior transparência na gestão económica e financeira do Estado”, afirmou, realçando as medidas adotados, que segundo a sua explicação, sendo difíceis, mas revelaram ser necessárias para impulsionar o setor privado e criar bases mais sólidas para uma economia dinâmica e inclusiva.
“Declaramos guerra à corrupção e ao crime organizado. Conseguimos restaurar a confiança nas nossas relações com instituições financeiras internacionais e com outros parceiros bilaterais e multilaterais”, notou, afiançando que continua a apostar no reforço das relações de amizade e cooperação que a Guiné-Bissau mantém no mundo.
“Prosseguimos uma política de consolidação da paz e da resolução pacífica de conflitos na África Ocidental, no Continente Africano, e em geral no mundo. É neste quadro que se inseriu as visitas de amizade e trabalho que, nos últimos meses, efetuei a Rússia, a Ucrânia, a Israel e a Palestina”, contou, aproveitando a ocasião para reiterar o apelo para o pôr fim ao “embargo injusto e muito prejudicial” a que o povo cubano está submetido há décadas.
Por: Assana Sambú