O Procurador-geral da República (PGR), Bacar Biai, apresentou documentos que disse provarem a existência de movimentações de dinheiro na conta do Estado, feitas pelo então Governo liderado por Domingos Simões Pereira de mais de trinta e cinco biliões de francos CFA, em 2015.
Bacar Biai falava esta quinta-feira, 26 de setembro de 2024, em reação a várias acusações, difamações e injúrias de que a Procuradoria Geral da República está a ser alvo, na qual exibiu documentos que comprovam a movimentação financeira em diferentes bancos comerciais do país.
Bacar Biai revelou que o Estado guineense contraiu uma dívida com bancos na ordem de trinta e cinco biliões e duzentos e vinte e sete milhões e duzentos e setenta e quatro mil e novecentos e noventa e três francos CFA.
O PGR acusou Domingos Simões Pereira de efetuar várias movimentações nas finanças na ordem de um bilião e oitocentos e vinte milhões de francos CFA, através de diferentes bancos do país em 2015, mas que em todas essas movimentações não existe nenhum documento justificativo.
Em relação à notificação que tinha sido emitido contra Domingos Simões Pereira para comparecer no Ministério Público (MP) no prazo de quinze dias, o Procurador Geral da República afirmou que a notificação foi feita no âmbito de um processo-crime N° 02/2018 mas que não compareceu.
Biai esclareceu que a notificação não se trata de praticar um ato processual, mas sim comunicá-lo sobre os atos processuais praticados pelos magistrados.
“A notificação foi no sentido de garantir a defesa de Domingos Simões Pereira para permiti-lhe receber as acusações, entrar com requerimento depois da fase de instrução, caso não concordasse com alguma coisa”, disse.
Bacar Biai admitiu a existência de corrupção no Ministério Público, razão pela qual todos os magistrados do MP que estavam a trabalhar no processo de resgate tinham arquivado o processo, sem avançar com acusação ou investigação.
O PGR reagiu também às declarações da Liga Guineense dos Direitos Humanos, que exigiu ao Ministério Público a deter o atual Secretário de Estado da Ordem Pública.
Bacar Biai disse que a Liga não pode ordenar que o MP tome uma decisão.
“Se existir uma situação ou algo contra alguém, será analisado e se houver enquadramento jurídico, será tomada uma decisão, mas não pode ser a Liga a ordenar que o Ministério Público tome decisões contra cidadãos que julga estarem a cometer crimes”, frisou.
Por: Carolina Djeme
Fotos: CD