A UEMOA ADMITE QUE AS PERSPETIVAS ECONÓMICAS CONTINUAM FAVORÁVEIS

O presidente do Conselho de Ministros da União Económica Oeste Africana, Adama Coulibaly, admitiu que as perspetivas económicas da União Económica Monetária Oeste Africana (UEMOA) continuam favoráveis, ainda que se mantenham frágeis e dependentes, em particular das alterações da situação internacional, da situação de segurança e sociopolítica na União e dos efeitos das alterações climáticas.

Adama Coulibaly, atual ministro das Finanças e do Orçamento da República da Costa do Marfim, falava esta quinta-feira, 26 de setembro de 2024, na abertura da terceira reunião ordinária do Conselho de Ministros da União que decorre nas instalações do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO), em Bissau. 

O Conselho de Ministros da União é o órgão responsável   pela implementação das orientações gerais definidas pela Conferência de Chefes de Estado e de Governo da organização sub-regional.   

O encontro de Bissau vai discutir vários assuntos, entre os quais o Projeto de Diretiva sobre Zonas Húmidas Urbanas e Periurbanas e sobre a Abordagem Ecossistémica da Saúde das Zonas Húmidas, como também será submetido um item sobre o Projeto de Regulamento que estabelece as regras relativas à aplicação de medidas sanitárias no domínio veterinário na UEMOA.

Os ministros das Finanças da União esperam poder votar o Projeto de Diretiva que adota o Sistema de Informação Energética para o BCEAO e as discussões incidirão sobre a recente situação económica, monetária e financeira da União.

Também está sujeito à avaliação o Projeto de decisão relativa à ordem de passagem para a nomeação dos representantes dos Estados-Membros da União no Conselho de Administração do Fundo de Garantia e Resolução de Depósitos na União Monetária da África Ocidental.

No seu discurso, Adama Coulibaly saudou os “resultados apreciáveis” e “as perspectivas encorajadoras” que a União registou, tendo reiterado as felicitações ao Presidente da Comissão da UEMOA ao Governador do BCEAO, ao Presidente do BOAD, bem como ao Presidente da AMF-UMOA, cujos esforços sustentados contribuem para “a consolidação das nossas economias”

“Associo esses parabéns a todas as equipas que têm trabalhado connosco, pelo altruísmo e dedicação que demonstram no dia a dia, a fim de contribuirem para o fortalecimento da integração regional. O projeto da ordem do dia submetido à nossa aprovação está estruturado em torno dos seguintes pontos para a Comissão da UEMOA.

Revelou que, ao longo do segundo trimestre de 2024, a taxa de inflação da zona, em comparação anual, foi de 4,1, depois dos 2,9% registados no trimestre anterior. Esta aceleração do nível geral de preços deve-se, principalmente, a uma época agrícola 2023/2024 menos favorável, às dificuldades no abastecimento dos mercados, devido à situação de segurança e ao aumento dos preços de produtos alimentícios importados e da energia em alguns países.

Coulibaly informou que, de acordo com as últimas previsões, a inflação seria de 3, 7% em 2024, no mesmo nível que em 2023. Mas espera-se que a taxa de inflação retorne à faixa-alvo de 1% a 3% em 2025, graças a antecipação de uma campanha agrícola 2024/2025 mais favorável, à queda esperada nos preços globais dos alimentos e as medidas tomadas por alguns Estados para combater o alto custo de vida

Informou que a gestão das finanças públicas na UEMOA durante o primeiro semestre de 2024, resultou num défice orçamental global, com base em compromissos, incluindo subvenções, abaixo do nível alcançado no mesmo período em 2023.

“A necessidade de financiamento resultante foi coberta principalmente pela mobilização de recursos no mercado financeiro regional e de parceiros e investidores externos”, indicou, para de seguida sublinhar que a atividade económica dentro da área comunitária se manteve dinâmica e que a taxa do crescimento do PIB da União, em termos reais, seria de 5.9% em 2024, depois de 6,9% em 2025.

“O aumento dos empréstimos à economia sobressaiu em 5.3% na taxa anual no final de junho de 2024. A situação externa da União melhorou ligeiramente, graças à evolução favorável dos termos de troca e à maior mobilização de recursos externos pelos Estados-Membros”, afirmou.

Fazem parte da UEMOA oito Estados membros (Benin, Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Mali, Níger,  Senegal, Togo) e cada Estado membro é representado  no Conselho por dois ministros , incluindo o ministro responsável pelas finanças.

Por: Filomeno Sambú

Author: O DEMOCRATA

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