Crónica do Centenário : Setembro chuvoso e a República

Antes de ser vitorioso, setembro foi chuvoso. Do chuveiro de setembro, em Madina de Boé, a República nasceu. Entre nuvens e ventos, a República foi aclamada por homens e mulheres de tchon. Jovens e crianças di fundo de matu cantaram o amanhecer da primavera de sonhos que raios do sol traziam. O triunfo da liberdade sobre a tirania, a vitória da verdade sobre o colonialismo. O chuvoso setembro pariu a Nação plural em construção.

Setembro chuvoso não deixou perder a sua identidade. De primavera em primavera, setembro mantém-se chuvoso. O setembro é centenário. O centenário é setembro! Setembro é a criação, o setembro é berço! O setembro foi ontem, o setembro é hoje! O setembro é combatente!

Em setembro chuvoso, a bandeira  hasteada, a independência proclamada, o hino foi cantado, o evento imortalizado por curiosos fotógrafos!

Foi em setembro chuvoso que os teimosos combatentes apareceram ao mundo com sorrisos contagiantes, com lágrimas que não podiam ser adiadas. Emoções irredutíveis. A chama ardente da liberdade que o setembro chuvoso não conseguiu apagar.

Setembro chuvoso, ontem, hoje. Será amanhã setembro! A longa caminhada continua rumo a mais setembros, sem esquecer nunca que tudo começou em setembro com chuvas sem luvas.

Setembro chuvoso. Setembro do centenário! Setembro batismal. Setembro acolhedor das sementes! Setembro semeador. Setembro germinador!

Bissau, 28 de setembro de 2024

Por: Armando Lona

Author: O DEMOCRATA

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