O Ministro do Comércio e Indústria, Orlando Mendes Veiga, afirmou que a Estratégia Nacional de Exportação e o Guia do Exportador constituem dois documentos importantes que vão orientar o setor privado e todos os atores intervenientes no processo de exportação sobre melhor caminho a seguir para beneficiar as oportunidades do mercado continental africano.
O governante falava esta quarta-feira, 02 de outubro de 2024, numa das unidades hoteleiras da capital Bissau, na cerimónia de abertura do seminário de dois dias de Consulta Nacional para a Elaboração da Estratégia de Exportação e do Guia do Exportador da Guiné-Bissau.
Na ocasião, Orlando Mendes Veiga enalteceu que o governo está empenhado na criação de condições para que o setor privado possa levar a cabo as suas atividades e tirar benefícios da liberalização do mercado de bens e serviços a nível do continente africano.
O titular da pasta do Comércio e Indústria afirmou que, depois da assinatura e ratificação do acordo da Zona de Comércio Livre e Continental Africano (ZLCAF), a Guiné-Bissau assumiu a responsabilidade de participar, de forma ativa, no projecto para a União Africana que constitui, hoje, a maior zona comercial no mundo, em número de países participantes.
O governante defendeu no seu discurso que, apesar dos esforços desenvolvidos pela Guiné-Bissau para a materialização da liberalização do seu mercado, conforme estipulado no acordo através de apresentação de uma lista de concessões tarifárias para o comércio de mercadorias e uma lista para o comércio de serviço, o governo reconheceu a necessidade de elaboração de uma estratégia nacional que visa permitir ao país, com base nas suas potencialidades e vantagens cooperativas, tirar o maior benefício da Zona de Comércio Livre Continental Africano.
Orlando Mendes Viegas revelou que hoje a Guiné-Bissau dispõe não só de uma estratégia nacional para a implementação do acordo sobre a Zona do Comércio Livre Continental Africana, mas também de um plano de ação prioritário para os próximos quatro anos.
Defendeu a necessidade de a Câmara de Comércio, Indústria e Agricultura restaurar e mobilizar os seus serviços a fim de permitir maior integração das empresas nacionais no mercado continental africano, igualmente reforçar a capacidade das empresas nacionais, a passar-lhes os conhecimentos sobre o mercado africano e das oportunidades que este oferece, quer a nível do comércio de mercadorias, quer dos serviços.
Por sua vez, o vice-presidente da Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços da Guiné-Bissau, Domingos José Cá, defendeu que a Câmara de Comércio, Indústria, há muito tempo tem revelado um nível preocupante da descapitalização das empresas e, consequentemente, a sua falência técnica.
Domingos José Cá destacou, entre outros fatores, os eventos trágicos que ocorreram na Guiné-Bissau que tiveram e continuam a ter efeitos devastadores nas empresas e no tecido económico nacional como o surto da Covid-19, cíclicas instabilidades política e governativa, aliadas à guerra entre a Rússia e a Ucrânia e a instabilidade dos mercados internacionais.
Domingos José Cá frisou que, apesar dos esforços do governo, alguns indicadores de integração não são encorajadores como o aumento acentuado de barreiras tarifárias de trânsito de pessoas e bens.
Por: Carolina Djemé