
O Coordenador do Coletivo “Djiu de Aós”, Chambino Cândido Bancam denunciou que o barco “Centenário Amílcar Cabral” não tem condições favoráveis para transportar pessoas, lembrando que a própria União Europeia está a exigir a não utilização de navios a gasóleo, tendo em conta a poluição ambiental.
Chambino Cândido Banca fez essa denúncia esta quinta-feira, 10 de outubro de 2024, em conferência de imprensa, para informar às autoridades das condições que o navio centenário Amílcar Cabral, oferecido pelas autoridades portuguesas à Guiné-Bissau, oferece para a navegação, tendo alertado o governo que a organização não vai permitir que os preços a praticar ultrapassem os três mil e quinhentos francos CFA.
O Movimento Djius Aós (MDA), uma organização insular, criticou o Estado da Guiné-Bissau de ter abandonado as ilhas do país à sua sorte e tê-las colocado em total isolamento do resto do país.
O ativista denunciou ainda um conjunto de problemas que estão a afetar os populares daquela zona insular do país, sobretudo a falta de transportes para fazer as ligações não só entre as ilhas, como também com a parte continental do pais.
Chambino Cândido Banca criticou igualmente a falta de sinalização dos percursos de navegação no mar, assim como de meios de transporte adequados para satisfazer as necessidades dos populares das ilhas, que continuam a arriscar as suas vidas em canoas precárias a remo, o que tem provocado perdas de vidas humanas.
Perante esta situação, o Coordenador do Movimento Djius Aos apelou ao governo a criar as mínimas condições e resolver os problemas dos populares das ilhas, sobretudo problemas ligados aos transportes que garantam a segurança à navegação, para poderem viajar em segurança e minimizar as perdas de vidas humanas nas águas.
Chambino Cândido Banca considerou “estranho” o abandono das ilhas, que não possuem nem sequer um único transporte marítimo com as mínimas condições que garantam a segurança aos populares para saírem desse isolamento.
“As ilhas de Bijagós fazem parte dos setores que arrecadam a maior parte das receitas nos cofres do Estado”, disse.
Chambino Cândido Banca foi crítico à situação das ilhas ao afirmar que o Estado guineense já provou que não tem planos estratégicos para sanar as dificuldades da população dos arquipélagos dos Bijagós:
De recordar que o estado português ofereceu um barco, em setembro deste ano, um barco à República da Guiné-Bissau para garantir a ligação entre a zona insular e o continente, mas as suas condições de navegação estão a ser questionadas pelo Coletivo Djiu di Aós.
Por: Carolina Djemé